"Ebrahim Raisi sublinhou que o Irão foi forçado a tomar estas medidas, que eram de natureza limitada. Ao mesmo tempo, sublinhou que Teerão não está interessado numa nova escalada de tensão", afirmou o Kremlin, num comunicado a dar conta de uma reunião por videoconferência entre os dois chefes de Estado.
Na nota acrescenta-se que os dois líderes "discutiram em pormenor o agravamento da situação no Médio Oriente na sequência do ataque aéreo de Israel à representação diplomática iraniana em Damasco e as medidas de resposta do Irão".
"Ambos afirmaram que a principal causa dos atuais desenvolvimentos no Médio Oriente é a falta de uma solução para o conflito israelo-palestiniano", indicou o Kremlin.
A este respeito, a Rússia e o Irão reiteraram a posição a favor de um cessar-fogo imediato na Faixa de Gaza para aliviar a situação da população local e criar as condições necessárias para uma solução política e diplomática para a crise.
Por seu lado, ainda na reunião, Putin apelou a Israel e ao Irão para que tenham "contenção" e alertou para as "consequências catastróficas" de qualquer nova escalada.
"Vladimir Putin expressou a esperança de que todas as partes demonstrem moderação razoável e evitem uma nova ronda de confrontos que teria consequências catastróficas para toda a região", afirmou o Kremlin no comunicado.
Entretanto, durante a troca de pontos de vista sobre as relações russo-iranianas, "foi expresso o desejo mútuo de um maior desenvolvimento da cooperação bilateral em várias esferas".
Na segunda-feira, o Kremlin apelou a Telavive e Teerão para que resolvessem todas as diferenças através do diálogo.
"Apelamos à contenção de todos os países da região. Uma nova escalada não serve os interesses" de ambos os países, comentou o porta-voz da presidência russa, Dmitry Peskov.
Noutra conversa telefónica, o ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergei Lavrov, e o homólogo iraniano, Hosein Amir Abdolahian, também alertaram para o risco de uma nova escalada no Médio Oriente e para "novas ações provocatórias perigosas" que poderiam conduzir a um aumento das tensões na região.
O ataque do Irão a Israel, no qual Telavive disse terem sido utilizados mais de 300 drones e mísseis balísticos e de cruzeiro, ocorreu duas semanas depois do bombardeamento do consulado iraniano em Damasco, no qual morreram vários membros da Guarda Revolucionária Iraniana, e pelo qual Teerão culpa Israel.
A Rússia lamentou no domingo que o Conselho de Segurança da ONU não tenha sido capaz de "reagir adequadamente ao ataque à missão consular iraniana" devido à posição do Ocidente.
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