"Ano após ano, as crianças paquistanesas são apanhadas num ciclo de secas e de inundações" e correm "um risco extremamente elevado de sofrer os efeitos da crise climática", afirmou o representante da agência da ONU no Paquistão, Abdullah Fadil.
De acordo com os últimos dados das autoridades paquistanesas, pelo menos 74 pessoas morreram em várias províncias em consequência das chuvas incessantes que começaram há mais de uma semana.
"Até ao momento, 15 pessoas morreram devido à chuva e 10 ficaram feridas" na província meridional do Baluchistão, informou a Autoridade Provincial de Gestão de Catástrofes no último balanço de vítimas, antes de assinalar que não se prevê chuva para os próximos dois dias.
Na província de Pakhtunkhwa, no norte do país, o número de mortos subiu para 59, de acordo com a autoridade de gestão de catástrofes.
"É uma recordação da tragédia devastadora de 2022, quando 500 crianças perderam a vida no sul da (província de) Sindh (...). Vi em primeira mão como as crianças estavam subnutridas e o pouco que tinham foi levado pelas águas, incluindo as escolas, a esperanças e o futuro", disse Fadil.
O Paquistão é um dos 10 países mais vulneráveis às alterações climáticas, e as chuvas causam frequentemente danos consideráveis, especialmente durante o período das monções e no inverno, em zonas onde as infra estruturas são fracas e onde predominam as casas de tijolo de barro.
Em março, 53 pessoas, incluindo 30 crianças, morreram e 65 ficaram feridas devido às fortes chuvas que atingiram distintas partes do país, obrigando as autoridades a retirar milhares de pessoas.
Pelo menos 1.700 pessoas morreram durante as graves inundações de 2022, que também deixaram oito milhões de pessoas deslocadas.
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