Os 50 anos do 25 de Abril comemoram-se esta quinta-feira em Portugal, com milhares de pessoas a 'inundar' a Avenida da Liberdade, em Lisboa, mas também marcar presença noutros locais do territórios, mas também é destaque lá fora.
A imprensa estrangeira escolheu contar a história da Revolução dos Cravos, dando destaque, por exemplo, a Celeste Caeiro, a mulher responsável pela distribuição destas flores no dia da operação. Uma imagem deste mulher, que vai fazer 91 anos no próximo dia 2, é destacada na Associated Press (AP), que escreve: "Portugal marca o 50.º aniversário da Revolução dos Cravos que trouxe a democracia".
Sublinhando a multidão que esteve presente nas celebrações da capital portuguesa, a AP falou também com um dos presentes na revolução de 1974, Paulo Simões. À agência, o homem, de 71 anos, afirmou que vivia agora "com o sentimento de dever cumprido".
"Tenho dois filhos. tentei incutir-lhes as ideias de liberdade, democracia, verdade, honestidade e consegui", afirmou.
A agência falou ainda com Maria Monteiro, mulher de um dos soldados que fez parte da Revolução, e que confessou que se sentia "muito emocionado pela liberdade conquistada", salientando que agora se tem de saber como "defender" esta liberdade.
Já a publicação The Guardian traz a história da Revolução, assim como imagens da cobertura feita na altura pela imprensa britânica. A publicação falou ainda com Tiago Silva, um engenheiro do Porto com 39 anos, que se descreveu como "um produto da revolução", já que foi o primeiro da família a terminar um mestrado, e que conseguiu aproveitar as "oportunidades que eram escassas antes do 25 de Abril". O homem falou ainda da família, e dos tios que foram obrigados a lutar nas guerras coloniais, e falou ainda do Portugal de hoje, que enfrenta dificuldades. "Mas antes da Revolução, tinha a ideia de um país que estava muito atrás do resto da Europa. O que vejo agora é um país aberto ao mundo", defendeu.
[Capa 26 de abril 1974]© The Guardian/ Site
Também a imprensa espanhola falou na Revolução dos Cravos, destacando que 65% dos portugueses consideravam que esta Revolução é a data mais importante do país. Cinquenta anos volvidos, o panorama atual serviu de tiro de partida para a peça do El País, já que destacam o Chega e o aumento de deputados. "Por cada ano de Democracia portuguesa há um deputado de Extrema-Direita na Assembleia da República", começa por escrever o jornal espanhol.
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