"Mandatos diferentes". Cruz Vermelha não substituirá UNRWA em Gaza

O Comité Internacional da Cruz Vermelha (CICV) não pretende substituir a agência da ONU para os refugiados palestinianos (UNRWA) em Gaza, disse hoje o líder da instituição, Pierre Krähenbühl, em entrevista ao diário suíço Le Time.

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© Stringer/Anadolu via Getty Images

Lusa
29/04/2024 09:07 ‧ 29/04/2024 por Lusa

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"Temos mandatos completamente diferentes", sublinhou Krähenbühl, comentando assim declarações de alguns responsáveis que colocaram essa possibilidade.

"A UNRWA recebeu o seu mandato da Assembleia Geral da ONU, o CICV das Convenções de Genebra. O CICV, portanto, não assumirá o mandato da UNRWA. Já temos o suficiente para fazer sem tentar substituir outras organizações", sublinhou o diretor, que liderou a agência da ONU entre 2014 e 2019.

A agência de ajuda aos refugiados palestinianos tem sido alvo de fortes críticas por parte de Israel, mas também de responsáveis norte-americanos que a acusam de ser demasiado próxima ou mesmo de conluio com o Hamas, que controla a Faixa de Gaza.

Israel, que tem bombardeado Gaza e realizado operações terrestres desde o ataque sem precedentes do Hamas em 07 de Outubro no seu território, acusou nomeadamente a UNWRA de empregar "mais de 400 terroristas" na Faixa de Gaza e também por permitir que o movimento islâmico escondesse armas nas suas escolas e outros edifícios.

As acusações foram rejeitadas pela agência, que é a espinha dorsal da organização da ajuda humanitária aos habitantes de Gaza.

Na semana passada, um relatório elaborado por um painel independente liderado pela ex-ministra francesa dos Negócios Estrangeiros, Catherine Colonna, concluiu que, embora a UNRWA não tivesse "neutralidade" na Faixa de Gaza, Israel ainda não tinha fornecido "provas" de alegadas ligações de certos membros com "organizações terroristas", como o Hamas.

O ataque do Hamas em Israel, em 07 de outubro, causou a morte de 1.170 pessoas, segundo uma contagem da Agência France Presse baseada em dados oficiais israelitas.

Em retaliação, Israel prometeu aniquilar o Hamas e lançou uma ofensiva que causou 34.454 mortos, segundo dados do ministério da Saúde do Hamas divulgados no domingo.

Leia Também: Cruz Vermelha reclama acesso imediato a palestinianos detidos

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