A polícia de Amesterdão afirmou na plataforma social X que a sua ação era "necessária para restaurar a ordem" depois de os protestos se terem tornado violentos. Não houve registo imediato de feridos.
Um vídeo transmitido pela estação de televisão nacional NOS mostra a polícia a utilizar uma escavadora mecânica para derrubar barricadas e agentes com bastões e escudos a avançar, espancando alguns dos manifestantes e derrubando tendas. Os manifestantes tinham formado barricadas com paletes de madeira e bicicletas, informou a NOS.
Os manifestantes ocuparam uma pequena ilha na universidade na segunda-feira, apelando à rutura dos laços académicos com Israel devido à guerra em Gaza.
Depois de ter dispersado a manifestação de Amesterdão ao início da tarde de hoje, a polícia fechou a área com vedações metálicas e os estudantes sentaram-se ao longo das margens de um canal próximo.
A escola anunciou, num comunicado, que a polícia terminou a manifestação no campus de Roeterseiland "devido a preocupações de ordem pública e segurança".
"A guerra entre Israel e o Hamas está a ter um grande impacto em cada um dos estudantes e funcionários", afirma o documento, que acrescentou: "Partilhamos a raiva e a perplexidade em relação à guerra e compreendemos que haja protestos contra ela. Sublinhamos que, dentro da universidade, o diálogo sobre o assunto é a única resposta".
Em Berlim, a polícia alemã dispersou um protesto de várias centenas de pessoas que tinham ocupado um pátio da Universidade Livre de Berlim no início do dia.
Os manifestantes montaram cerca de 20 tendas e formaram um cordão humano à volta das tendas. A maioria cobria o rosto com máscaras médicas e colocava lenços 'kufiyah' (lenços tradicionais palestinianos) à volta da cabeça, gritando palavras de ordem como "Viva, viva Palestina".
A polícia apelou aos estudantes, através de altifalantes, para abandonarem o campus e carregou sobre alguns estudantes. Registaram-se alguns confrontos entre agentes e manifestantes, com a polícia a utilizar gás pimenta contra estudantes.
Os administradores da escola afirmaram num comunicado que os manifestantes tinham rejeitado qualquer tipo de diálogo e que, por conseguinte, tinham chamado a polícia para evacuar o campus.
Nos últimos dias, os estudantes realizaram protestos ou montaram acampamentos também na Finlândia, Dinamarca, Itália, Espanha, França e Grã-Bretanha, na sequência de protestos anteriores em campus universitários dos Estados Unidos da América (EUA).
Na Finlândia, dezenas de manifestantes do grupo de solidariedade Estudantes para a Palestina montaram um acampamento no exterior do edifício principal da Universidade de Helsínquia, afirmando que permaneceriam no local até que a universidade, que é a maior instituição académica da Finlândia, cortasse os laços académicos com as universidades israelitas.
Na Dinamarca, estudantes montaram um acampamento na Universidade de Copenhaga, erguendo cerca de 45 tendas no exterior do campus da Faculdade de Ciências Sociais. A universidade afirmou que os estudantes podem protestar, mas apelou a que respeitem as regras em vigor no campus.
Em Itália, os estudantes da Universidade de Bolonha, uma das mais antigas universidades do mundo, montaram um acampamento no fim de semana para exigir o fim da guerra em Gaza, enquanto Israel preparava uma ofensiva em Rafah, apesar dos apelos da maioria da comunidade internacional.
Grupos de estudantes organizaram protestos semelhantes em Roma e Nápoles, que foram em grande parte pacíficos.
Em Espanha, dezenas de estudantes passaram mais de uma semana num acampamento pró-palestiniano no campus da Universidade de Valência.
Acampamentos semelhantes foram montados na segunda-feira na Universidade de Barcelona e na Universidade do País Basco. Um grupo que representa os estudantes das universidades públicas de Madrid anunciou que iria intensificar os protestos contra a guerra nos próximos dias.
Em Paris, grupos de estudantes convocaram reuniões de solidariedade com os palestinianos para hoje.
Na sexta-feira, a polícia francesa retirou pacificamente dezenas de estudantes de um edifício do Instituto de Estudos Políticos de Paris, conhecido como Sciences Po, depois de se terem reunido em apoio aos palestinianos.
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