Partido Popular diz que catalães acabaram com processo separatista
O presidente do Partido Popular da Catalunha considerou hoje que os catalães "deram por terminado o processo" separatista, com os independentistas a perderem a maioria que tinham no parlamento há 14 anos, e pediu respeito pelo "mandato da sociedade".
© Lorena Sopena/Europa Press via Getty Images
Mundo Catalunha
"Os catalães - e este é o mandato essencial destas eleições -, deram por terminado o processo [independentista] nas urnas. Este é o veredicto inapelável das urnas, absolutamente indiscutível, e peço a todos que tomem nota e obedeçam ao mandato da sociedade catalã", declarou Alejandro Fernández, cujo partido subiu dos três deputados atuais para 15.
O líder popular estabeleceu o objetivo de disputar a vitória nos próximos atos eleitorais.
"Há três anos, caímos fundo, mas soubemos reagir. [...] A autocrítica e firmeza com que enfrentámos aquele desastre foi a primeira pedra para a recuperação e a humildade com que enfrentaremos este resultado será a primeira pedra para alcançarmos o nosso próximo objetivo: nas seguintes eleições estar a lutar acima, pela vitória", afirmou Fernández, numa declaração aos apoiantes.
O político catalão destacou que o PP conseguiu todos os objetivos: "É o partido que mais cresce em percentagem e em lugares. Assumimos a liderança indiscutivelmente constitucional. Conseguimos que o separatismo não tenha a maioria na Catalunha, um objetivo que até há pouco parecia uma quimera".
Alejandro Fernández deixou ainda uma palavra aos "milhares de catalães" que votaram no Cidadãos (direita liberal), partido que venceu as eleições catalãs em 2017, com mais de um milhão de votos e 36 deputados, mas que hoje ficou fora do 'parlament', ao ter cerca de 22.500 votos, perdendo os seis eleitos em 2021.
"Entendo que é uma noite muito triste. Não percam a ilusão e a esperança. Comprometemo-nos com esses votantes a duas coisas: a defender os seus princípios e valores, que são os nossos, no 'parlament'" e a continuar a crescer e a reconstruir esse projeto político ganhador que os cativou em 2017 e que hoje indiscutivelmente representa o Partido Popular da Catalunha e vamos estar à altura desse maravilhoso objetivo", disse.
Com o resultado de hoje, o PP ultrapassou o Vox (extrema-direita), que obteve os mesmos 11 deputados com que entrou no parlamento da Catalunha nas eleições anteriores.
O líder do Vox, Santiago Abascal, declarou que os resultados eleitorais abrem um "pequeno raio de esperança para Espanha", uma vez que "o separatismo diminuiu" na Catalunha.
Por outro lado, afastou a possibilidade de favorecer uma investidura dos socialistas (PSC), que venceram as eleições com 42 deputados, longe da maioria absoluta (68).
"Não vamos contribuir esta noite para enganar os espanhóis sobre as expectativas de uma futura grande mudança na Catalunha", afirmou.
"O PSC comportou-se durante décadas na Catalunha como mais um partido separatista. Não nos esquecemos disso", sublinhou Abascal.
Sobre a possibilidade de formação de um governo das esquerdas - PSC, ERC e Comuns Somar -, o líder do Vox disse que o consideraria "muito mau".
O candidato do Vox ao governo catalão ('Generalitat'), Ignacio Garriga, agradeceu os 30.000 votos a mais que obteve em relação às eleições de 2021 e garantiu que o partido continuará a colocar em cima da mesa os "problemas reais dos catalães".
[Notícia atualizada às 23h35]
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