ONU profundamente preocupada com ataques contra civis na Ucrânia

O Alto Comissariado para os Direitos Humanos da ONU manifestou hoje profunda preocupação com o aumento dos ataques contra civis na Ucrânia, sobretudo na região de Kharkiv (nordeste), onde as forças russas intensificaram os bombardeamentos nas últimas semanas.

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Lusa
14/05/2024 16:00 ‧ 14/05/2024 por Lusa

Mundo

Ucrânia

No mês passado, as Nações Unidas registaram 129 mortos e 574 feridos entre a população civil na Ucrânia, num "padrão" que parece ser contínuo.

Nos últimos cinco dias, a ONU registou pelo menos oito mortos e 35 feridos só em Kharkiv, região onde se localiza a segunda cidade mais populosa do país.

A porta-voz do Alto Comissariado para os Direitos Humanos, Liz Throssell, indicou que pelo menos 6.000 civis fugiram das zonas próximas da fronteira russa, na sua maioria para a cidade de Kharkiv "que fica apenas a 30 ou 40 quilómetros dos combates".

Os funcionários da ONU naquela zona relataram que o som das sirenes é "quase constante" e que o som das explosões da linha da frente é audível na capital regional, tendo Throssell também acrescentado que os ataques levaram a cortes diários de eletricidade.

Um dos principais focos de combate é a cidade de Vovchansk, onde "várias centenas de civis" terão permanecido. Antes da ofensiva russa, viviam nesta cidade cerca de 3.000 ucranianos.

Throssell apelou à prudência de todas as partes para evitar efeitos colaterais e foi pedido diretamente à Rússia o cessar "imediato" dos bombardeamentos e o respeito pelo direito internacional.

A mesma fonte sublinhou também que Moscovo deve cumprir as medidas exigidas pelo Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), o principal órgão jurisdicional da Organização das Nações Unidas (ONU), e retirar as suas tropas para "fronteiras internacionalmente reconhecidas".

A ofensiva militar russa no território ucraniano, lançada a 24 de fevereiro de 2022, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

O conflito, que já entrou no terceiro ano, provocou a destruição de importantes infraestruturas em várias áreas na Ucrânia, bem como um número por determinar de vítimas civis e militares.

Os últimos meses têm sido marcados por ataques aéreos em grande escala da Rússia contra cidades e infraestruturas ucranianas, ao passo que as forças de Kiev têm visado alvos em território russo próximos da fronteira e na península da Crimeia, ilegalmente anexada em 2014.

Leia Também: Zelensky pede aos EUA mais sistemas de mísseis para defender Kharkiv

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