A Coreia do Norte afirmou, esta segunda-feira, que a tentativa de lançar um novo satélite de reconhecimento militar falhou. Segundo a agência de notícias Reuters, o motor de um foguetão explodiu durante o voo.
"O lançamento do novo foguetão transportador de satélites falhou quando explodiu em pleno ar durante o voo da primeira fase", afirmou o diretor-geral adjunto da Administração Nacional de Tecnologia Aeroespacial da Coreia do Norte, citado pela Reuters.
O projétil foi lançado pela Coreia do Norte numa trajetória sul, ao largo da sua costa ocidental, por volta das 22h44 locais (12h44 em Lisboa).
Anteriormente, o sistema japonês 'J-Alert', de alerta à população sobre emergências como mísseis ou sismos, informou que a Coreia do Norte teria disparado um míssil em direção ao Japão. Segundo a agência de notícias Kyodo, o governo japonês suspeitou tratar-se de um míssil balístico.
Yoshimasa Hayashi, porta-voz do governo nipónico, adiantou depois que o objeto lançado pela Coreia do Norte desapareceu no Mar Amarelo, sem ter entrado em território japonês.
Também o exército da Coreia do Sul, adiantou que "a Coreia do Norte disparou um "projétil não-identificado".
"A Coreia do Norte disparou um projétil não-identificado para sul", sobre o mar Amarelo, indicou o Estado-Maior das Forças Armadas da Coreia do Sul, depois de Seul, Pequim e Tóquio terem concluído a sua primeira cimeira trilateral desde 2019.
Segundo Seul, "muitos fragmentos de projétil" foram encontrados no mar, após o disparo de Pyongyang.
O lançamento surgiu após a Coreia do Norte ter notificado o Japão de que planearia lançar um satélite entre 27 de maio e 4 de junho. Na notificação, a Coreia do Norte designou três áreas marítimas como potenciais zonas de perigo para a queda dos destroços do foguetão necessário para o lançamento do aparelho: duas a oeste da península coreana e uma a leste da ilha filipina de Luzon, segundo dados recebidos pela guarda costeira japonesa.
Os três locais coincidem com as zonas demarcadas pelo regime norte-coreano para os lançamentos do ano passado.
Autoridades dos Estados Unidos, Japão e Coreia do Sul mantiveram contactos telefónicos após o anúncio e concordaram em apelar a Pyongyang para que cancelasse o plano, uma vez que envolve a utilização de tecnologia balística, algo proibido pelas sanções impostas pelo Conselho de Segurança da ONU ao país.
A Coreia do Norte prometeu lançar mais três satélites espiões em 2024, depois de ter colocado em órbita o primeiro em novembro do ano passado e de duas tentativas falhadas no início do ano.
[Notícia atualizada às 16h54]
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