"Condenamos veementemente a insistência do Governo (do presidente dos EUA Joe) Biden em olhar para o outro lado e negar a existência dos horríveis massacres cometidos pelo Exército de ocupação criminoso contra palestinianos deslocados em Rafah", afirmou o grupo através de um comunicado.
O grupo islamita também criticou as declarações do porta-voz da Segurança Nacional da Casa Branca, John Kirby, que afirmou na terça-feira que os recentes ataques israelitas contra campos de deslocados na cidade de Rafah - que provocaram mais de 70 mortos desde domingo - não iria alterar o posicionamento de Washington sobre o conflito, alegando que uma "grande operação terrestre" contra a cidade ainda não começou.
O Hamas insistiu que estas declarações "indicam o desrespeito do Governo dos EUA pelas vidas dos civis e a sua cumplicidade no seu assassinato, especialmente tendo em conta o surgimento de investigações preliminares que indicam que as bombas usadas contra os deslocados foram de fabrico norte-americano".
"Nós consideramos a Administração dos EUA e a ocupação israelita responsáveis por estes massacres horríveis e pedimos que acabem com a sua política de duplicidade de critérios e com a sua associação no assassinato de palestinianos", sublinhou o grupo, conforme noticiado pelo jornal palestiniano Filastin, afiliado do Hamas.
Israel lançou a sua ofensiva contra Rafah em 06 de maio, pouco depois de rejeitar uma proposta de cessar-fogo apresentada pelo Egito e pelo Qatar, que tinha sido apoiada pelo Hamas, o que levou à suspensão das operações humanitárias através da passagem fronteiriça.
As tensões têm aumentado desde essa altura, devido à intensificação da ofensiva israelita, apesar dos apelos internacionais e de uma ordem do Tribunal Penal Internacional para travar esses ataques.
A atual guerra em Gaza foi desencadeada após os ataques de 07 de outubro passado do Hamas contra Israel, em que foram mortas mais de um milhar de pessoas e raptadas mais de duas centenas. A retaliação israelita fez mais de 36 mil mortos em Gaza, segundo os números divulgados pelas autoridades de saúde controladas pelo Hamas.
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