Ucrânia, Médio Oriente, China e EUA nas prioridades da diplomacia britânica

O próximo Governo britânico terá de desenvolver rapidamente estratégias para os conflitos entre a Ucrânia e a Rússia e no Médio Oriente, assim como clarificar as relações bilaterais com a China, defenderam hoje analistas.

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© Jordan Pettitt/PA Images via Getty Images

Lusa
30/05/2024 20:21 ‧ 30/05/2024 por Lusa

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Num debate sobre os desafios que o Reino Unido enfrenta em termos de política externa, a diretora adjunta do Programa para a Rússia e a Eurásia do centro de estudos Chatham House, Orysia Lutsevych, destacou a "ameaça existencial para a Europa" que a Rússia representa.

"O novo ministro dos Negócios Estrangeiros terá de conceber uma nova estratégia, em conjunto com os aliados, que se baseie no plano de guerra sobre como defender a Ucrânia, como derrotar a Rússia e como abrir mais espaço para uma maior segurança europeia", afirmou.

Esta é uma "tarefa gigantesca que exige coordenação com a Europa, com os EUA e algo de que a frente leste da NATO depende profundamente", acrescentou.

Para Sanam Vakil, diretora do Programa para o Médio Oriente e Norte de África da Chatham House, o futuro chefe da diplomacia britânica "precisa de ter uma política e uma estratégia alargadas para o Médio Oriente"

"Nos últimos anos, as prioridades têm sido a defesa, a segurança e o comércio em relação à região e não têm estado verdadeiramente envolvidos com as realidades no terreno", lamentou.

Para além do conflito israelo-palestiniano, esta analista chamou a atenção para as crescentes tensões com o Irão.

"Pode acontecer que o Reino Unido não desempenhe um papel importante, mas [precisa de] um plano sobre a forma como se vai empenhar e apoiar os esforços internacionais em relação a Israel e à Palestina, mas também sobre a forma de gerir os crescentes desafios decorrentes do programa nuclear do Irão, do programa de mísseis balísticos e do apoio regional a intervenientes não estatais", disse Vakil.

As relações com a China são outra das prioridades da política externa britânica, salientou a analista da Chatham House Yu Jie, que defende que Londres deve esclarecer as áreas em que quer cooperar com a China e aquelas em que vai competir.

"A primeira coisa que o próximo ministro dos Negócios Estrangeiros tem de fazer é, em primeiro lugar, viajar para a China no prazo de seis meses, ir a Pequim e trazer essas agendas claras e não enviar quaisquer sinais confusos ao seu homólogo chinês, porque até agora, parece que temos vários departamentos governamentais a falar de diferentes estratégias para a China", exortou.

A diretora do Programa dos EUA e das Américas, Leslie Vinjamuri, recordou que as eleições britânicas coincidem com a celebração do dia da independência dos EUA, a 04 de julho, e acontecem alguns dias antes da cimeira da NATO em Washington, de 09 a 11 de julho.

Vinjamuri considera importante que o Governo britânico mostre aos norte-americanos a "importância da parceria de segurança e defesa com os Estados Unidos, o seu papel na NATO" na aproximação às eleições presidenciais, em novembro.

É importante, sublinhou, que "os americanos se sintam inspirados, quando pensarem em votar, em apoiar o internacionalismo e a parceria transatlântica, independentemente da forma como decidam votar".

Leia Também: Eleições britânicas favoráveis a trabalhistas mas história sugere cautela

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