Segundo a diretora adjunta do Programa África do centro de estudos britânicos Chatham House, o Reino Unido deve apostar em tornar-se um parceiro comercial ou investidor no desenvolvimento, em vez de apenas doar ajuda humanitária.
"A redução da pobreza continua a ser uma questão crucial e importante, mas centrar-se apenas na ajuda ao desenvolvimento não reflete o desejo de África de evoluir para um crescimento orientado para o comércio e o investimento", explicou, numa discussão realizada hoje sobre "as grandes decisões para o próximo ministro dos Negócios Estrangeiros".
Um novo chefe da diplomacia britânica, "seja qual for o partido, tem a oportunidade de redefinir e reforçar a relação", disse Amare.
"É importante olhar para África neste contexto de diversificação e de desejo de mais comércio. E o Reino Unido pode ser um parceiro estratégico muito importante para África, oferecendo apoio diplomático, transferência de conhecimentos e recursos financeiros", enumerou.
A especialista em assuntos africanos recordou que a visita de Theresa May à África do Sul, Nigéria e Quénia, em 2018, foi a primeira de um primeiro-ministro britânico desde 2013.
O sucessor de May, Boris Johnson, participou numa cimeira da Commonwealth em 2022, no Ruanda, país com o qual viria a negociar um acordo para a deportação de imigrantes em situação ilegal no Reino Unido.
No entanto, Amare considera que a aproximação àquele país "tem mais a ver com a política interna do que com as suas relações com os países africanos".
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