"Qualquer ligação entre o consulado espanhol em Jerusalém e indivíduos da Autoridade Palestiniana constitui uma ameaça para a segurança nacional de Israel e será totalmente proibida. Aplicaremos rigorosamente estas diretrizes - se ocorrerem violações, serão tomadas medidas adicionais, até o encerramento do consulado espanhol em Jerusalém", escreveu o ministro dos Negócios Estrangeiros israelita, Israel Katz, na rede social X.
Katz afirmou que rejeitou hoje o pedido de Espanha para não serem aplicadas a partir de sábado as restrições ao consulado em Jerusalém anunciadas pelo Governo de Telavive por causa do reconhecimento da Palestina como Estado por parte do executivo de Madrid.
As restrições à atividade do consulado foram anunciadas no início desta semana por Israel e hoje de manhã o ministro dos Negócios Estrangeiros de Espanha, José Manuel Albares, revelou que tinha sido entregue um protesto ao Governo de Telavive.
"Hoje mesmo entregámos já uma primeira nota verbal ao Governo israelita, rejeitando completamente qualquer limitação ao nosso consulado geral, que tem um estatuto protegido pelo Direito Internacional e pela Convenção de Viena [sobre relações diplomáticas]", disse Albares aos jornalistas, em Praga, à chegada apara uma reunião da NATO (a organização de cooperação em Defesa de países europeus e da América do Norte).
Albares revelou que falou na quinta-feira com os homólogos da Irlanda e da Noruega - países que também reconheceram formalmente a Palestina como Estado esta semana - para darem "uma resposta conjunta às diferentes falsidades que estão a ser publicadas por estes dias nas redes sociais", numa referência a Israel Katz, que tem acusado o primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, de ser "cúmplice do genocídio judeu" e outros membros do Governo de Madrid de serem antissemitas.
Espanha, Noruega e Irlanda reconheceram formalmente o Estado da Palestina na terça-feira passada, juntando-se a mais de 140 países que já o fizeram em todo o mundo num momento em que Israel tem em curso, desde outubro, uma ofensiva militar na Faixa de Gaza.
O conflito foi desencadeado pelo ataque do grupo islamita Hamas em solo israelita de 07 de outubro de 2023, que causou cerca de 1.200 mortos e duas centenas de reféns, segundo as autoridades israelitas.
Desde então, Israel lançou uma ofensiva na Faixa de Gaza que provocou mais de 36.000 mortos e uma grave crise humanitária, segundo o Hamas, que governa o enclave palestiniano desde 2007.
O Governo israelita condenou Espanha, Irlanda e Noruega, argumentando que estes países enviam a mensagem aos palestinianos de que "o terrorismo compensa".
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