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AIEA diz que central nuclear de Zaporíjia está em "situação grave"

O diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA), Rafael Grossi, disse hoje que a situação na central nuclear de Zaporijia, sob controlo russo na Ucrânia, continua precária após os ataques de abril.

AIEA diz que central nuclear de Zaporíjia está em "situação grave"
Notícias ao Minuto

18:28 - 03/06/24 por Lusa

Mundo Ucrânia

Grossi explicou ao Conselho de Governadores da AIEA, a partir da capital austríaca, Viena -- onde a organização tem a sua sede -- que os sete pilares da segurança nuclear que descreveu no início do conflito "foram total ou parcialmente comprometidos".

Entre esses pontos está a garantia da integridade física das instalações nucleares; a operação de sistemas de segurança; o trabalho da equipa; fornecimento de eletricidade ou cadeias de fornecimento e transporte.

"No início de abril, a central de Zaporíjia foi atacada diretamente pela primeira vez em quase um ano e meio. Esses ataques violaram o primeiro dos cinco princípios para proteger a central de Zaporíjia que apresentei pela primeira vez há um ano", explicou o líder da agência das Nações Unidas para o nuclear.

Grossi destacou também que estes ataques e a desconexão frequente de linhas de energia externas devido à atividade militar na zona estão a criar uma "situação grave" para a qual já tinha alertado.

"As questões relacionadas com o pessoal, as inspeções de rotina e a manutenção das estruturas de segurança, os seus sistemas e componentes; a confiança nas cadeias de abastecimento, bem como os protocolos de emergência, continuam a ser um desafio e representam riscos para a segurança nuclear", explicou Grossi.

A central de Zaporíjia mantém as suas seis unidades em paragem a quente desde abril, quando se registaram os ataques, que provocaram ferimentos em pelo menos três trabalhadores e causaram danos superficiais nas suas instalações.

Grossi também se referiu ao programa nuclear iraniano, que formalmente só tem fins civis, e assinalou que se Teerão finalmente obtiver armas nucleares, outros países também adquirirão este tipo de bombas.

"Muitos países disseram que se o Irão obtiver uma arma nuclear, também farão o mesmo. Penso que ouvimos isso muito claramente de muitos países", avisou Grossi.

Para evitar esta situação, Grossi informou que pediu ao Irão mais transparência sobre o seu programa nuclear face aos processos de enriquecimento de urânio a um nível próximo do necessário para o fabrico de bombas.

O Irão rejeitou a presença de inspetores experientes e não fornece informações sobre antigas instalações nucleares onde foram detetados vestígios de materiais nucleares.

Perante esta situação, a Alemanha, a França e o Reino Unido prepararam um projeto de resolução que será apresentado ao Conselho de Governadores da AIEA que se reunirá esta semana em Viena.

Leia Também: Responsável da AIEA reúne-se com diretor da agência nuclear russa

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