Sanções contra a Coreia do Norte devem ser reexaminadas, diz Putin

O Presidente russo, Vladimir Putin, defendeu hoje em Pyongyang que as sanções do Conselho de Segurança das Nações Unidas contra a Coreia do Norte devido ao programa nuclear devem ser reexaminadas.

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© GAVRIIL GRIGOROV/POOL/AFP via Getty Images

Lusa
19/06/2024 12:46 ‧ 19/06/2024 por Lusa

Mundo

Rússia

"O regime de restrições indefinidas adotado pelo Conselho de Segurança (...) contra a República Popular Democrática da Coreia [nome oficial da Coreia do Norte], inspirado pelos Estados Unidos e seus aliados, deve ser reexaminado", declarou Putin, citado pela agência francesa AFP.

Tendo a seu lado o líder norte-coreano, Kim Jong-un, Putin afirmou que os dois países "se opõem à utilização de sanções com objetivos políticos, que apenas servem para minar a situação internacional", segundo a agência espanhola EFE.

Putin disse também, segundo a agência russa TASS, que os 'clichés' de propaganda reproduzidos vezes sem conta pelos ocidentais já não conseguem disfarçar os planos geopolíticos agressivos, incluindo na região do Nordeste Asiático.

O líder russo referiu haver coincidência nas avaliações de Moscovo e Pyongyang sobre as causas profundas da escalada da tensão político-militar.

"Trata-se de uma política de confronto dos Estados Unidos para expandir a infraestrutura militar na sub-região", acusou.

Segundo Putin, esta política "é acompanhada por um aumento significativo da escala e da intensidade de vários exercícios militares com a participação da República da Coreia [Coreia do Sul], do Japão e de exércitos hostis" à Coreia do Norte.

Putin considerou que as políticas dos Estados Unidos e aliados prejudicam a paz e a estabilidade, e constituem uma ameaça à segurança de todos os países do Nordeste Asiático, acrescentou a TASS.

Os Estados Unidos e os aliados europeus têm-se manifestado preocupados com a aproximação acelerada entre Moscovo e Pyongyang, com Washington a acusar os norte-coreanos de fornecerem à Rússia grandes quantidades de munições e mísseis.

Em troca, segundo os Estados Unidos e a Coreia do Sul, Moscovo forneceu a Pyongyang conhecimentos especializados para o programa de satélites e enviou ajuda para fazer face à escassez de alimentos no país.

Em março, a Rússia utilizou o direito de veto no Conselho de Segurança para pôr termo ao controlo das violações das sanções internacionais decretadas contra a Coreia do Norte.

Moscovo e Pyongyang são aliados desde o fim da Guerra da Coreia (1950-1953), mas tornaram-se mais próximos desde a operação militar russa lançada na Ucrânia em 2022.

A Rússia e a Coreia do Norte assinaram hoje um tratado de parceria estratégica que prevê a prestação de assistência mútua em caso de agressão a um dos países.

O professor de estudos coreanos na Universidade de Oslo Vladimir Tikhonov disse à AFP que o apoio de Putin permite a Kim diminuir a dependência da China, enquanto Moscovo tem acesso a munições de que necessita na Ucrânia.

"A Rússia precisa do apoio armamentista da Coreia do Norte por causa da prolongada guerra na Ucrânia", concordou o professor de estudos norte-coreanos na universidade sul-coreana de Dongguk, Koh Yu-hwan.

Já a Coreia do Norte "precisa do apoio da Rússia em termos de alimentos, energia e armas avançadas para aliviar a pressão das sanções", disse Koh à AFP.

Para Koh, "a questão de uma aliança militar deve ser considerada separadamente do que é anunciado publicamente e do que é realmente discutido nas reuniões entre os dois líderes".

A Rússia mantém-se cautelosa e não quer "queimar completamente as pontes com países como a Coreia do Sul", acrescentou.

Depois da Coreia do Norte, Vladimir Putin vai visitar o Vietname.

Leia Também: Acordo entre Coreia do Norte e Rússia prevê ajuda mútua em caso de ataque

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