"Ações perigosas" da China contra Filipinas "aumentam tensão regional"

O Governo de Taiwan condenou hoje as "ações perigosas" da China contra as Filipinas, na sequência do último incidente entre navios dos dois países no Mar do Sul da China, que "maliciosamente" aumentou as "tensões regionais".

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Lusa
20/06/2024 11:45 ‧ 20/06/2024 por Lusa

Mundo

Taiwan

"Taiwan condena a violência, opõe-se às tentativas de alterar o 'status quo' pela força e apela à resolução pacífica dos diferendos e ao respeito pelo direito marítimo internacional", declarou o Ministério dos Negócios Estrangeiros de Taiwan na rede social X.

Estas declarações referem-se a um incidente ocorrido na segunda-feira nas águas adjacentes ao Segundo Atol Thomas, reivindicado pelos dois países, durante o qual os militares filipinos acusaram a guarda costeira chinesa de ferir gravemente um dos seus marinheiros, "perfurando deliberadamente" os seus barcos insufláveis e "saqueando" as suas armas.

Os militares filipinos divulgaram hoje vídeos e fotografias, mostrando a guarda costeira chinesa a cercar os barcos de abastecimento filipinos e a empunhar objetos afiados para furar os barcos e intimidar os marinheiros filipinos, que estavam a efetuar trabalhos de abastecimento no atol.

Desde 1999, as Filipinas têm um punhado de tropas estacionadas num navio encalhado no atol, o Sierra Madre.

Numa declaração separada, o Ministério dos Negócios Estrangeiros de Taiwan afirmou que a liberdade de navegação no Mar do Sul da China "é crucial para a paz e a estabilidade na região" e sublinhou a sua oposição à "crescente coerção militar" da China na área.

"O nosso país continuará a cooperar com os aliados regionais e com as nações que partilham as mesmas ideias para manter uma região do Indo-Pacífico livre e aberta", afirmou o Ministério dos Negócios Estrangeiros.

Nos últimos meses, Taiwan tem-se queixado do aumento da atividade da guarda costeira chinesa nos seus arquipélagos periféricos, especialmente em torno das ilhas Kinmen.

De acordo com a Administração da Guarda Costeira de Taiwan (CGA), entre fevereiro e maio, os navios da Guarda Costeira chinesa invadiram as "águas proibidas e restritas" em torno das ilhas Kinmen, numa média de cinco vezes por mês, alegando que têm o direito de patrulhar esta área.

Numa conferência de imprensa realizada na quarta-feira, o diretor-geral adjunto da CGA, Hsieh Ching-chin, garantiu que o novo regulamento implementado no sábado passado pela China, que permite à sua guarda costeira abordar e deter navios nas águas que reivindica, "não afetará a aplicação da lei" pela guarda costeira de Taiwan.

O funcionário sublinhou que a CGA defenderá "vigorosamente" os direitos e interesses dos navios de pesca de Taiwan, bem como a "soberania nacional" e a "segurança marítima".

Leia Também: Taiwan organiza exercício de defesa contra possível "ataque comunista"

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