"Taiwan condena a violência, opõe-se às tentativas de alterar o 'status quo' pela força e apela à resolução pacífica dos diferendos e ao respeito pelo direito marítimo internacional", declarou o Ministério dos Negócios Estrangeiros de Taiwan na rede social X.
Estas declarações referem-se a um incidente ocorrido na segunda-feira nas águas adjacentes ao Segundo Atol Thomas, reivindicado pelos dois países, durante o qual os militares filipinos acusaram a guarda costeira chinesa de ferir gravemente um dos seus marinheiros, "perfurando deliberadamente" os seus barcos insufláveis e "saqueando" as suas armas.
Os militares filipinos divulgaram hoje vídeos e fotografias, mostrando a guarda costeira chinesa a cercar os barcos de abastecimento filipinos e a empunhar objetos afiados para furar os barcos e intimidar os marinheiros filipinos, que estavam a efetuar trabalhos de abastecimento no atol.
Desde 1999, as Filipinas têm um punhado de tropas estacionadas num navio encalhado no atol, o Sierra Madre.
Numa declaração separada, o Ministério dos Negócios Estrangeiros de Taiwan afirmou que a liberdade de navegação no Mar do Sul da China "é crucial para a paz e a estabilidade na região" e sublinhou a sua oposição à "crescente coerção militar" da China na área.
"O nosso país continuará a cooperar com os aliados regionais e com as nações que partilham as mesmas ideias para manter uma região do Indo-Pacífico livre e aberta", afirmou o Ministério dos Negócios Estrangeiros.
Nos últimos meses, Taiwan tem-se queixado do aumento da atividade da guarda costeira chinesa nos seus arquipélagos periféricos, especialmente em torno das ilhas Kinmen.
De acordo com a Administração da Guarda Costeira de Taiwan (CGA), entre fevereiro e maio, os navios da Guarda Costeira chinesa invadiram as "águas proibidas e restritas" em torno das ilhas Kinmen, numa média de cinco vezes por mês, alegando que têm o direito de patrulhar esta área.
Numa conferência de imprensa realizada na quarta-feira, o diretor-geral adjunto da CGA, Hsieh Ching-chin, garantiu que o novo regulamento implementado no sábado passado pela China, que permite à sua guarda costeira abordar e deter navios nas águas que reivindica, "não afetará a aplicação da lei" pela guarda costeira de Taiwan.
O funcionário sublinhou que a CGA defenderá "vigorosamente" os direitos e interesses dos navios de pesca de Taiwan, bem como a "soberania nacional" e a "segurança marítima".
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