Hamas pede investigação sobre alegados casos de tortura de presos

O grupo islamita palestiniano Hamas apelou na quinta-feira à noite à comunidade internacional para que investigue alegados casos de abuso e tortura de pessoas detidas em Gaza em prisões israelitas.

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© Mustafa Hassona/Anadolu Agency via Getty Images

Lusa
21/06/2024 13:27 ‧ 21/06/2024 por Lusa

Mundo

Médio Oriente

 

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"Continuam os testemunhos horríveis sobre as condições dos palestinianos detidos nas prisões sionistas", disse o Hamas num comunicado citado hoje pela agência espanhola EFE.

Vários grupos de defesa dos direitos humanos têm alegado casos de abusos em centros de detenção usados pelo exército israelita no âmbito da ofensiva em curso na Faixa de Gaza.

O mais recente, segundo o Hamas, "foi o de vários palestinianos raptados em Gaza e libertados hoje [quinta-feira] da prisão militar sionista Sde Teman".

Trata-se de um centro de detenção localizado no deserto de Neguev, a cerca de 30 quilómetros da fronteira da Faixa de Gaza.

"As instituições de direitos humanos, em particular o Comité Internacional da Cruz Vermelha, devem trabalhar para acompanhar as condições dos palestinianos detidos nestas prisões fascistas e pôr fim às graves violações a que estão expostos", acrescentou.

O comunicado do Hamas foi divulgado horas depois de um jovem palestiniano, alegadamente libertado de Sde Teman, onde esteve detido por Israel durante um mês, ter sido filmado na quinta-feira num hospital em estado de choque.

O jovem mal conseguia falar de forma coerente e tinha sinais de tortura nos pulsos e tornozelos, segundo a EFE.

O jornal israelita Haaretz noticiou em 07 de março que pelo menos 27 pessoas detidas em Gaza e levadas sob custódia militar israelita tinham morrido desde o início da guerra com o Hamas, há mais de oito meses.

As mortes terão ocorrido em Sde Teiman e no campo de detenção de Anatot, de acordo com o jornal.

Foram também denunciados os casos da morte do médico de Gaza Iyad Rantisi, alegadamente quando estava a ser interrogado, e do cirurgião Adnan al-Bursh, igualmente de Gaza, que morreu em abril na prisão de Ofer, na Cisjordânia.

Em dezembro, o Haaretz revelou que os detidos em Sde Teiman podiam ser mantidos algemados e vendados durante dias seguidos.

Uma fonte interna admitiu ao jornal que os soldados tinham tendência a maltratar os prisioneiros, o que está de acordo com testemunhos de outros palestinianos libertados, acrescentou a EFE.

O Hamas é considerado um grupo terrorista por Israel, Estados Unidos e União Europeia.

O grupo extremista governa desde 2007 a Faixa de Gaza, de onde lançou um ataque sem precedentes contra o sul da Israel em 07 de dezembro passado, causando cerca de 1.200 mortos, segundo as autoridades israelitas.

Em retaliação, Israel prometeu aniquilar o Hamas e lançou uma ofensiva na Faixa de Gaza que provocou mais de 37.400 mortos desde então, de acordo com o governo do enclave palestiniano.

Leia Também: Dirigentes árabes alertam para risco de guerra em Gaza alastrar à região

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