A análise da proposta de lei do partido União Democrata-Cristã (CDU), que visa nomeadamente restringir o reagrupamento familiar, começou com várias horas de atraso, após negociações infrutíferas destinadas a evitar a votação do texto, graças aos votos do partido de extrema-direita Alternativa para a Alemanha (AfD).
"Ainda podemos fechar as portas do inferno juntos", declarou o deputado social-democrata Rolf Mützenich, apelando à direita para "repor o cordão sanitário" entre partidos moderados e a AfD.
Os conservadores insistem que não procuram uma aliança governamental (com a AfD), mas apenas promover as suas ideias para limitar a imigração.
"Não acreditam seriamente que estejamos a estender a mão a um partido (AfD) que quer destruir-nos", afirmou Friedrich Merz, o candidato da CDU à chancelaria nas eleições legislativas de 23 de fevereiro.
Na quarta-feira, Friedrich Merz, o favorito nas sondagens, causou sensação ao utilizar os votos da AfD para aprovar um anterior projeto de lei sobre imigração, que visava recusar a entrada na Alemanha a todos os estrangeiros sem documentos, incluindo os requerentes de asilo.
Esta ofensiva conservadora à imigração segue-se a um recente esfaqueamento fatal em Aschaffenburg, no oeste da Alemanha, perpetrado por um cidadão afegão, o último de uma série de atos de violência protagonizados por cidadãos estrangeiros.
As sondagens para as legislativas antecipadas atribuem à AfD, um partido nacionalista e anti-imigração, mais de 20% das intenções de voto - o dobro do que obteve nas anteriores eleições, em 2021. É apenas ultrapassada pelos conservadores, aos quais são atribuídas cerca de 30% das intenções de voto no escrutínio.
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