Kyiv. Ex-assessores de Trump querem ajuda dependente de negociação de paz

Dois antigos assessores do ex-presidente norte-americano Donald Trump apresentaram ao candidato republicano um plano para a guerra na Ucrânia, que propõe condicionar o fornecimento de armamento a Kyiv para que comece as negociações de paz com a Rússia.

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© Kostiantyn Liberov/Libkos/Getty Images)

Lusa
26/06/2024 06:52 ‧ 26/06/2024 por Lusa

Mundo

Ucrânia/Rússia

O documento, preparado pelos antigos conselheiros de Segurança Nacional Keith Kellogg e Fred Fleitz, também propõe o levantamento das sanções e a normalização das relações com a Rússia se esta assinar um acordo de paz aceitável para a Ucrânia.

"Não falamos em nome do presidente Trump e não fazemos parte da campanha de Trump. Esperamos apenas que as nossas ideias sejam úteis para forjar uma política americana melhor para acabar com a guerra na Ucrânia", frisou hoje Fleitz nas redes sociais, citando uma entrevista à agência Reuters.

O texto, intitulado "América em primeiro lugar, Rússia e Ucrânia em segundo", foi publicado em abril pelo America First Policy Institute, um 'think tank' próximo de Trump, e posteriormente entregue ao republicano, noticiou a agência Efe.

Os autores asseguram que a guerra, iniciada em 2022 pela invasão russa da Ucrânia, está estagnada e que o contínuo envio de armas pelos Estados Unidos e países europeus para as trincheiras ucranianas levou a situação a um impasse.

Kellogg e Fleitz propõem que Washington continue a armar os militares ucranianos para "impedir que a Rússia faça mais avanços", mas "a futura ajuda militar dos EUA exigiria que a Ucrânia se envolvesse em conversações de paz com a Rússia".

Fleitz detalhou nas redes sociais que a Ucrânia não seria convidada a desistir do objetivo de recuperar todo o seu território, mas sim a "concordar em utilizar a diplomacia em vez da força".

Para convencer o Presidente russo Vladimir Putin a sentar-se à mesa das negociações, a NATO deveria adiar a adesão da Ucrânia por um período prolongado, defendem também os autores do relatório.

Fleitz acrescentou que "os Estados Unidos e os seus aliados comprometer-se-ão a suspender totalmente as sanções contra a Rússia e a normalizar as relações após a assinatura de um acordo de paz aceitável para a Ucrânia".

Proporiam também a imposição de um imposto sobre as vendas do petróleo e do gás russo "para pagar a reconstrução da Ucrânia".

A estratégia da atual administração norte-americana, liderado pelo democrata Joe Biden, tem consistido em armar a Ucrânia para se defender da invasão russa, mas uma parte dos republicanos opõe-se a continuar a investir numa guerra que está estagnada.

Putin estabeleceu como condições para a negociação da paz que as tropas ucranianas abandonassem as quatro regiões anexadas por Moscovo em 2022 que estas regiões e a península da Crimeia sejam reconhecidas como território russo e que a Ucrânia desista dos seus planos de adesão à NATO.

O Presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, e os principais líderes ocidentais, rejeitaram a proposta de Putin, considerando-a uma rendição da Ucrânia.

Leia Também: Grupo de 16 Nobel da Economia advertem para perigo das propostas de Trump

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