O documento, preparado pelos antigos conselheiros de Segurança Nacional Keith Kellogg e Fred Fleitz, também propõe o levantamento das sanções e a normalização das relações com a Rússia se esta assinar um acordo de paz aceitável para a Ucrânia.
"Não falamos em nome do presidente Trump e não fazemos parte da campanha de Trump. Esperamos apenas que as nossas ideias sejam úteis para forjar uma política americana melhor para acabar com a guerra na Ucrânia", frisou hoje Fleitz nas redes sociais, citando uma entrevista à agência Reuters.
O texto, intitulado "América em primeiro lugar, Rússia e Ucrânia em segundo", foi publicado em abril pelo America First Policy Institute, um 'think tank' próximo de Trump, e posteriormente entregue ao republicano, noticiou a agência Efe.
Os autores asseguram que a guerra, iniciada em 2022 pela invasão russa da Ucrânia, está estagnada e que o contínuo envio de armas pelos Estados Unidos e países europeus para as trincheiras ucranianas levou a situação a um impasse.
Kellogg e Fleitz propõem que Washington continue a armar os militares ucranianos para "impedir que a Rússia faça mais avanços", mas "a futura ajuda militar dos EUA exigiria que a Ucrânia se envolvesse em conversações de paz com a Rússia".
Fleitz detalhou nas redes sociais que a Ucrânia não seria convidada a desistir do objetivo de recuperar todo o seu território, mas sim a "concordar em utilizar a diplomacia em vez da força".
Para convencer o Presidente russo Vladimir Putin a sentar-se à mesa das negociações, a NATO deveria adiar a adesão da Ucrânia por um período prolongado, defendem também os autores do relatório.
Fleitz acrescentou que "os Estados Unidos e os seus aliados comprometer-se-ão a suspender totalmente as sanções contra a Rússia e a normalizar as relações após a assinatura de um acordo de paz aceitável para a Ucrânia".
Proporiam também a imposição de um imposto sobre as vendas do petróleo e do gás russo "para pagar a reconstrução da Ucrânia".
A estratégia da atual administração norte-americana, liderado pelo democrata Joe Biden, tem consistido em armar a Ucrânia para se defender da invasão russa, mas uma parte dos republicanos opõe-se a continuar a investir numa guerra que está estagnada.
Putin estabeleceu como condições para a negociação da paz que as tropas ucranianas abandonassem as quatro regiões anexadas por Moscovo em 2022 que estas regiões e a península da Crimeia sejam reconhecidas como território russo e que a Ucrânia desista dos seus planos de adesão à NATO.
O Presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, e os principais líderes ocidentais, rejeitaram a proposta de Putin, considerando-a uma rendição da Ucrânia.
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