As eleições de domingo e 07 de julho em França poderão levar ao poder o partido de extrema-direita Aliança Nacional (RN, do francês Rassemblement National), que tem sido criticado pela proximidade ao regime do Presidente russo, Vladimir Putin.
"Acreditamos que os franceses continuarão a apoiar a Ucrânia, independentemente da situação política", disse Zelensky num comentário escrito à agência francesa AFP.
Zelensky considerou que, "por vontade do povo francês", o novo governo continuará "a apoiar totalmente a Ucrânia", tanto no campo de batalha como na adesão à União Europeia (UE).
"Estamos convencidos de que o próximo governo será independente do agressor russo e permanecerá comprometido com os valores europeus e com uma Europa forte e unida, a mesma Europa que a Ucrânia está a defender contra a tirania russa", afirmou.
O líder ucraniano felicitou ainda a França pela "solidariedade inabalável" com a Ucrânia desde que o país foi invadido pela Rússia, em fevereiro de 2022.
O Presidente francês, Emmanuel Macron, apoiante de Zelensky, poderá ter de coabitar com um primeiro-ministro de extrema-direita que poderá rever a dimensão da ajuda militar prestada a Kyiv.
Depois de ter tentado inicialmente mediar o conflito e apelado para que a Rússia não fosse humilhada, Macron tornou-se num dos principais apoiantes da Ucrânia na Europa, pressionando países como a Alemanha a reforçar a ajuda a Kyiv.
Em fevereiro, Macron abriu o debate sobre o envio de soldados ocidentais para a Ucrânia, recusando-se a excluir essa opção.
A ideia foi criticada pelos Estados Unidos e pelas potências europeias, mas recebeu o apoio de alguns aliados, nomeadamente a República Checa, a Polónia e os Estados bálticos.
O presidente da RN, Jordan Bardella, que poderá vir a ser o próximo primeiro-ministro, opõe-se ao envio de tropas francesas para a Ucrânia e ao fornecimento de mísseis que permitam ao exército ucraniano atacar o território russo.
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