Na sala principal do pavilhão Chesnaye du Roi, no sudeste de Paris, onde está a decorrer a noite eleitoral da União Nacional (Rassemblement National, em francês), a maioria dos militantes presentes reagiu com silêncio quando, às 20h00 (19h00 de Lisboa), foram divulgadas as primeiras projeções televisivas que indicam que o partido ficou em terceiro lugar nestas legislativas, contrariando as sondagens que lhes davam a vitória.
Depois, alguns militantes começaram a chorar, enquanto outros diziam apenas "é impressionante" ou "é um roubo incrível". A maioria tinha bandeiras de França na mão - que tinham sido distribuídas pela organização -, mas ninguém as agitou quando as projeções foram divulgadas.
À Lusa, uma das militantes que chorava manifestou-se "muito desiludida" com os resultados, que atribuiu ao facto de ter havido muitas desistências da parte de candidatos da esquerda e da coligação presidencial para impedir a extrema-direita de aceder ao poder.
Outra afirmou que não tinha nenhuma dúvida de que a eleição desta noite "foi manipulada".
"Fomos roubados, fomos roubados pela imprensa", disse a senhora, que tinha uma bandeira de França na mão.
Pouco depois, as televisões revelaram que o ex-presidente socialista francês François Hollande tinha conseguido ser eleito deputado na Corrèze, onde disputava a eleição. Assim que a imagem de Hollande apareceu no ecrã, vários militantes começaram a assobiar e apupar.
Jordan Bardella e Marine Le Pen estão neste momento reunidos numa das salas do pavilhão de Chesnaye du Roi, não se sabendo ainda qual deles vai reagir ao resultado desta noite.
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