Num comunicado conjunto divulgado no final da 64.ª Cimeira de chefes de Estado do Mercado Comum do Sul (Mercosul), e países associados, os presidentes do Brasil, Uruguai, Bolívia e Paraguai, juntamente com a chefe da diplomacia argentina, "reiteraram a importância que atribuem à negociações com a União Europeia".
Nesse comunicado, estes líderes sul-americanos "reafirmaram a vontade de concluir as questões pendentes durante o segundo semestre de 2024, e chegar a um acordo que seja equilibrado e mutuamente benéfico para as partes".
A UE e o Mercosul chegaram a um acordo de associação em 2019, após duas décadas de negociações, que deixou pendentes algumas questões técnicas que tiveram de ser abordadas no ano passado.
A discussão ficou paralisada pelas reivindicações de ambas as partes, especialmente as ambientais do lado europeu.
Assunção acolheu na segunda-feira a reunião semestral deste grupo sul-americano, da qual participaram os presidentes do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva; Uruguai, Luis Lacalle Pou; Bolívia, Luis Arce; e o paraguaio Santiago Peña.
A ministra dos Negócios Estrangeiros da Argentina, Diana Mondino, participou em nome do seu Presidente, Javier Milei, que esteve ausente na cimeira.
Para além desta questão, os dignitários manifestaram o seu "firme compromisso com o fortalecimento, revitalização e atualização do Mercosul", especialmente através da "intensificação das negociações externas, que permitam uma maior inserção internacional do bloco".
Os líderes sul-americanos ainda prometeram trabalhar "na eliminação das restrições internas que limitam ou impossibilitam a livre troca de bens e serviços" dentro da zona e que "aprofundam os desequilíbrios estruturais, monetários e fiscais dos Estados Partes".
Relativamente à agenda extra-regional, o documento saudou os "avanços no sentido da rápida entrada em vigor" de um acordo de comércio livre com Singapura, que se tornaria o primeiro tratado com um país do sudeste asiático.
Os líderes do Mercosul sublinharam que a décima primeira ronda de negociações com a Associação Europeia de Comércio Livre (EFTA) - composta por Islândia, Liechtenstein, Noruega e Suíça - "permitiu a retomada do diálogo".
Os representantes do Mercosul reconheceram "tomar nota" do diálogo para fortalecer a relação económica entre aquele bloco e o Japão, que permitiu a retoma das conversações com vista a "lançar negociações para um acordo comercial".
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