Mais de duas dezenas de Estados apelaram a uma proibição, pausa ou moratória da mineração no fundo do mar -- a que se juntaram recentemente Grécia e Peru -- quando recomeçaram as negociações, na Costa Rica, na Autoridade Internacional dos Fundos Marinhos, sobre um código de mineração, depois da última reunião em março.
"Temos duas semanas muito cheias à nossa frente", disse o presidente da Autoridade, Olav Myklebust, com alguns Estados a chamarem já a atenção para o facto de o quadro regulatório proposto, na sua opinião, ter falhas significativas e omitir algumas das suas propostas.
A Autoridade, baseada na Jamaica, que é a guardiã das águas profundas que não estão incluídas na jurisdição de qualquer Estado, já atribuiu 31 licenças para exploração, mas não autorizou qualquer exploração.
Cientistas têm dito que os minerais nestas profundidades levam milhões de anos a formarem-se e que a sua mineração pode ser prejudicial.
"O oceano profundo sustenta processos cruciais que tornam o planeta habitável, desde as correntes oceânicas que regulam o nosso clima à armazenagem de carbono e à proteçºao do planeta contra os impactos das alterações climáticas", disse Sofia Tsenikli, da Deep Sea Conservation Coalition, antes da reunião.
Os que querem fazer a mineração do mar profundo argumentam que é mais barata e tem impacto menor do que a mineração em terra.
O debate sobre a mineração do mar profundo ocorre quando cresce a procura por metais precisos, incluindo cobalto, níquel e cobre, que se desenvolvem nas profundezas oceânicas e são usados nas baterias de carros elétricos e outras tecnologias ditas verdes.
"Há muito trabalho ainda para fazer", disse o representante francês, Olivier Guyonvarch, sobre a proposta do código para a mineração.
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