ONU alerta para impacto da guerra em refugiados no Sudão do Sul

O Alto-Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) alertou para o impacto do conflito no Sudão na crise humanitária no Sudão do Sul e a insegurança alimentar, principal problema dos refugiados e comunidades que os acolhem.

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© Omer Erdem/Anadolu Agency via Getty Images

Lusa
16/07/2024 14:14 ‧ 16/07/2024 por Lusa

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Sudão

Um trabalho da agência com cerca de 3.100 famílias no Sudão do Sul entre abril e dezembro de 2023 mostra que tanto os refugiados quanto as comunidades de acolhimento enfrentam problemas semelhantes que exacerbam a proteção contra riscos e limitam as suas oportunidades de autossuficiência.

 

Os resultados mostram que aqueles que foram forçados a fugir para o Sudão do Sul por causa do conflito que começou em abril de 2023 entre o exército sudanês e as paramilitares Forças de Apoio Rápido (RSF, na sigla em inglês) chegam às áreas rurais com serviços básicos limitados, altas taxas de desemprego, infraestruturas precárias e falta de oportunidades na educação.

O ACNUR referiu que 74% das famílias entrevistadas passam fome, e mais de 40% viram os seus rendimentos, de todas as fontes, cair em relação ao ano anterior devido ao aumento no fluxo de refugiados e retornados devido ao conflito no Sudão.

"Milhões de sul-sudaneses vivem abaixo do limiar da pobreza e a guerra no Sudão está a ter um grande impacto na economia do país", disse a representante do ACNUR no Sudão do Sul, Marie-Helene Verney, que salientou que "neste contexto, a integração de refugiados é especialmente complicada".

Por isso, afirmou, "é crucial associar, na medida do possível, a ajuda humanitária aos programas de estabilização e desenvolvimento", especialmente "tendo em conta as previsões de possíveis chuvas torrenciais e inundações nas próximas semanas".

Nos últimos anos, as inundações causaram graves danos nos campos de cultivo, afetando a produção de alimentos.

O ACNUR alerta ainda que "a escassez de recursos pode facilmente traduzir-se em tensões" no país africano, e que "investimentos substanciais a longo prazo são cruciais para melhorar o bem-estar dos refugiados e das comunidades que os acolhem".

O país acolhe mais de 460.000 refugiados, principalmente do Sudão, da República Democrática do Congo (RDCOngo) e da Etiópia.

A maioria deles reside no norte e está no país há mais de uma década, e agora cerca de 1.600 pessoas cheguem diariamente ao território sul-sudanês desde o início da guerra no Sudão, incluindo ex-refugiados sul-sudaneses que viviam no país vizinho até antes do conflito.

Leia Também: Pelo menos 23 mortos em ataque dos rebeldes contra civis no Sudão

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