Campanha de Biden duvida da estratégia de Trump para moderar discurso

A campanha do presidente dos Estados Unidos, o democrata Joe Biden, acusou os republicanos liderados pelo ex-presidente Donald Trump de tentarem moderar falsamente o seu discurso e suavizar as suas posições em questões como o aborto.

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© Getty Images

Lusa
17/07/2024 06:27 ‧ 17/07/2024 por Lusa

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Eleições EUA

"É absolutamente uma estratégia política" que mostra que "o Partido Republicano entende que está do lado errado" em questões como o aborto "e está a tentar moderar, mas o povo americano viu onde realmente está e a sua verdadeira posição sobre essas questões" , defendeu Quentin Fulks, vice-diretor da campanha presidencial, em conferência de imprensa.

 

Fulks respondeu desta forma a uma questão sobre a aprovação, na segunda-feira, no âmbito da Convenção Nacional Republicana que se realiza esta semana em Milwaukee, da plataforma que resume as políticas de Trump, na qual a posição sobre o aborto é ligeiramente suavizada daquela defendida pelos republicanos mais radicais.

Depois da tentativa de assassinato contra Trump, o republicano e algumas figuras do partido estão a moderar o tom dos seus discursos e o próprio Trump - que se apresentou na segunda-feira na convenção sem a habitual agressividade - confessou que está a reescrever o discurso que dará quinta-feira, quando aceitar a nomeação.

Fulks realçou que, pelo contrário, após o ataque o Partido Democrata não mudou a sua dialética e continuará a concentrar-se em "falar sobre questões como a liberdade reprodutiva, os direitos dos trabalhadores, a segurança social, o Medicare, a economia...".

"O presidente e a vice-presidente (Kamala Harris) têm sido muito claros na sua visão no que diz respeito à agenda que pretendem apresentar aos americanos. A nossa campanha tem falado sobre isso há meses e continuaremos a fazê-lo (...) tendo uma conversa franca sobre o forte contraste" entre as duas partes, frisou.

Apesar do incidente contra os republicanos, não restam dúvidas de que "existem duas visões muito diferentes deste país", como demonstra a nomeação por Trump de J.D. Vance para candidato a vice-presidente, muito criticado pelos democratas.

"Mas, no fundo, os americanos estão preocupados com as suas hipotecas. Estão preocupados com as rendas. Estão preocupados com os cuidados de saúde (...) e vamos continuar a traçar o contraste do que isso realmente significa para a vida deste povo americano, a agenda de Biden, em comparação com o projeto de Trump para 2025", garantiu.

Para os democratas, este projeto é um programa de governo preparado por grupos ultraconservadores caso o republicano regresse à Casa Branca, e do qual Trump tentou distanciar-se dizendo que algumas das suas propostas são ridículas.

Trump ficou ferido no sábado durante um evento de campanha na Pensilvânia, quando um homem disparou em direção ao palco onde o ex-presidente fazia um discurso. Uma das balas atingiu a orelha direita do ex-presidente, causando um ferimento leve.

O governador do estado da Pensilvânia, Josh Shapiro, anunciou que um ex-bombeiro identificado como Corey Comperatore, de 50 anos, morreu enquanto protegia a sua família dos tiros disparados por Thomas Crooks, de 20, que acabou morto pelas autoridades.

Leia Também: Convenção Republicana. Da "luta" e anúncios de Trump às críticas de Biden

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