Meloni diz que entrada de muitos migrantes ilegais impede migração legal
A primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, declarou hoje que a Itália não conseguiu acolher mais migrantes legais porque, nos últimos anos, entraram no país demasiadas pessoas de forma ilegal.
© Simona Granati - Corbis/Corbis via Getty Images
Mundo Migrações
"Não conseguimos permitir que muitos migrantes legais viessem para Itália nos últimos anos porque entraram muitos ilegais", declarou Giorgia Meloni, no Fórum de Migração Trans-Mediterrâneo, em Trípoli.
"As organizações criminosas querem decidir quem tem o direito de entrar no nosso país e quem não o tem", sublinhou.
"O meu Governo aprovou decretos que ampliam as quotas (para migrantes legais) por três anos, sobretudo das nações que nos ajudam a lutar contra os traficantes de seres humanos", afirmou Meloni.
"Penso que todos podem ver que o Mediterrâneo é uma prioridade para esse Governo italiano e que o Mediterrâneo não pode existir sem a Itália e a Líbia juntas. Essa é, em parte, a razão pela qual melhorámos muito a cooperação em várias frentes nos últimos dois anos", garantiu.
Meloni disse que é preciso "ter uma abordagem de 360 graus para enfrentar a questão seriamente".
"A Itália está a trabalhar muito nisso, especialmente ao nível multilateral. A primeira linha de intervenção é a luta contra os traficantes de seres humanos", sublinhou.
"A ONU diz-nos que essa é uma das redes de tráfico mais poderosas do mundo atualmente. Há pessoas que ganham muito dinheiro aproveitando-se o desespero dos vulneráveis e não podemos permitir isso", disse Meloni.
A primeira-ministra italiana declarou que a Itália estava a dar um bom exemplo através do "Plano Mattei", que procura criar uma nova parceria com os países africanos para abordar as causas profundas da migração irregular e transformar a Itália numa espécie de centro de abastecimento de energia.
"Não creio que a caridade seja a abordagem correta, a abordagem predatória é certamente a errada", disse Meloni.
"O caminho certo é a cooperação estratégica entre iguais, levando para África investimentos que resolvam os problemas das duas partes", sublinhou a primeira-ministra italiana.
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