A alemã Ursula von der Leyen tenta esta quinta-feira a reeleição como presidente da Comissão Europeia, necessitando de pelo menos 361 votos dos eurodeputados a favor para o conseguir.
Na sessão plenária que se realiza hoje na cidade francesa de Estrasburgo, a líder do executivo comunitário, começou por felicitar Roberta Metsola pela sua reeleição como presidente do Parlamento Europeu, passando de seguida por lembrar momentos pelos quais a Europa passou nos últimos cinco anos e que promete "nunca esquecer, como o dia em que o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, discursou no hemiciclo e "até os intérpretes não conseguiram conter as lágrimas", "o silêncio daqueles que perderam a vida durante a pandemia", mas também os "momentos de alegria", como aquele em David Sassola pediu uma "nova Europa unida".
Von der Leyen promete não aceitar a destruição da UE por extremistas
Ursula von der Leyen prometeu aos eurodeputados não aceitar a "polarização extrema das sociedades" europeias e que "demagogos e extremistas destruam" a União Europeia (UE).
"Estou convencida de que a versão da Europa desde o fim da Segunda Guerra Mundial, com todas as suas imperfeições e desigualdades, continua a ser a melhor versão da história. Nunca ficarei a assistir ao seu desmembramento por dentro ou por fora, nunca permitirei que a polarização extrema das nossas sociedades seja aceite, nunca aceitarei que os demagogos e os extremistas destruam o nosso modo de vida europeu e, estou aqui hoje, pronta para liderar a luta com todas as forças democráticas desta casa [assembleia europeia]", afirmou a alemã.
Ursula von der Leyen disse estar "profundamente preocupada" com a "clara tentativa de dividir e polarizar as sociedades", que causam "ansiedade e incerteza" aos cidadãos.
"Estou convencida de que a Europa, uma Europa forte, pode estar à altura do desafio, e é por isso que vos peço hoje a vossa confiança", adiantou.
Neste discurso, Ursula von der Leyen falou numa altura de escolhas na UE, indicando que, "num mundo cheio de adversidades, o destino da Europa depende do que for feito a seguir".
"A escolha resume-se a saber se nos deixaremos moldar pelos acontecimentos e pelo mundo que nos rodeia ou se nos uniremos e construiremos o nosso futuro por nós próprios e essa escolha é nossa", vincou.
E elencou: "A Europa não pode controlar os ditadores e os demagogos de todo o mundo, mas pode optar por proteger a sua própria democracia. A Europa não pode determinar eleições em todo o mundo, mas pode optar por investir na segurança e na defesa deste continente. A Europa não pode travar a mudança, mas pode optar por abraçá-la e investir numa nova era de prosperidade e de melhoria da nossa qualidade de vida".
Após a candidata do Partido Popular Europeu se ter vindo a reunir nos últimos dias com as bancadas parlamentares (como Socialistas, Liberais, Verdes e Conservadores) para apelar ao aval destes parlamentares, Ursula von der Leyen apresenta hoje o seu programa e as suas propostas para uma eventual reeleição, visando um novo mandato de cinco anos.
Cabe ao Parlamento Europeu aprovar, após a proposta do Conselho Europeu feita no final de junho, o novo presidente da Comissão por maioria absoluta (metade de todos os eurodeputados mais um), com Ursula von der Leyen a ter de obter 'luz verde' de pelo menos 361 parlamentares (entre 720).
Enquanto primeira mulher na presidência da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen foi aprovada pelo Parlamento Europeu em julho de 2019 com 383 votos a favor, 327 contra e 22 abstenções, numa votação renhida.
Ursula von der Leyen é presidente da Comissão desde dezembro de 2019 e foi a candidata cabeça de lista do Partido Popular Europeu nas eleições europeias de 6 a 9 de junho.
Dadas as eleições europeias e as recentes alterações partidárias no Parlamento Europeu, o Partido Popular Europeu dispõe de mais lugares (188), seguido pelos Socialistas (136), pelo novo partido de extrema-direita Patriotas pela Europa (84), Conservadores e Reformistas (78) e Liberais (77), Verdes (53) e Esquerda (46), de acordo com a mais recente distribuição.
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