"Estão planeadas discussões profundas, detalhadas e substantivas com o meu homólogo chinês, Wang Yi, sobre formas de alcançar uma paz justa", escreveu o chefe da diplomacia de Kyiv na rede social Instagram.
Kuleba sustentou que se deve "evitar a concorrência entre planos de paz" e, nesse sentido, disse ser "muito importante que Kyiv e Pequim se envolvam num diálogo direto e troquem os seus pontos de vista".
Apesar dos seus estreitos laços económicos, diplomáticos e militares com Moscovo, ainda mais fortalecidos desde a invasão russa do território ucraniano lançada em fevereiro de 2022, Pequim pretende desempenhar um papel de mediador no conflito.
A China apresenta-se como um interlocutor comedido face aos países ocidentais, aos quais acusa de "deitarem achas para a fogueira" ao entregarem armas à Ucrânia.
Mas Pequim nunca condenou a invasão russa e os Presidentes dos dois países, Xi Jinping e Vladimir Putin, mantêm uma relação amistosa e têm demonstrado uma boa compreensão em diversas matérias.
O gigante asiático limitou-se a apelar no ano passado, num documento sobre a guerra, ao respeito pela integridade territorial de todos os Estados, o que sugere o não reconhecimento dos territórios invadidos pela Rússia.
A visita de Dmytro Kuleba, que deverá prolongar-se até sexta-feira, é a primeira de um alto dirigente ucraniano a Pequim desde o começo da invasão russa.
A deslocação acontece depois de o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, ter aberto a porta a negociações com a Rússia pela primeira vez desde as conversações mal sucedidas em 2022.
O líder ucraniano disse também ser favorável à presença de Moscovo numa futura cimeira de paz.
A primeira foi organizada em meados de junho na Suíça, com várias dezenas de países representados. Mas a Rússia não foi convidada e a China decidiu não participar no encontro, acreditando que não era possível alcançar progressos.
Por seu lado, Putin exigiu a Kyiv uma capitulação de facto, pedindo como pré-requisito para parar os combates que a Ucrânia cedesse regiões ilegalmente anexadas por Moscovo e renunciasse ao seu desejo de aderir à NATO.
A proposta foi de imediato recusada por Kyiv, com apoio dos seus aliados ocidentais.
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