Segundo a AP, Netanyahu foi calorosamente recebido pelo presidente da Câmara dos Representantes, Mike Johnson, e por outros legisladores republicanos que organizaram o seu discurso, enquanto no exterior, junto ao Capitólio, milhares de pessoas protestavam contra a guerra na Faixa de Gaza.
"Hoje e todos os dias, a América deve estar ombro a ombro com Israel", disse Johnson.
A presença do chefe do Governo israelita fará dele o primeiro líder estrangeiro a discursar quatro vezes numa sessão conjunta do Congresso, superando o antigo primeiro-ministro britânico Winston Churchill.
Alguns influentes democratas e políticos independentes como o ex-candidato presidencial Bernie Sanders, planeiam porém boicotar o discurso de Netanyahu.
Outra ausência será da vice-Presidente norte-americana, Kamala Harris, que atua como presidente do Senado e que alegou ter uma viagem já programada.
A senadora democrata Patty Murray, de Washington, está a recusar-se a comparecer, e a ex-presidente da Câmara Nancy Pelosi disse que, em vez disso, iria reunir-se com famílias de vítimas israelitas do grupo islamita palestiniano Hamas.
Os republicanos criticaram que a ausência de Harris, que assumiu no domingo a candidatura à Casa Branca nas presidenciais de 05 de novembro contra o republicano Donald Trump, era um sinal de deslealdade para com um aliado.
No entanto, o anunciado candidato republicano à vice-presidência, JD Vance, também disse que não iria comparecer no discurso de Netanyahu, alegando a necessidade de fazer campanha.
Netanyahu tem programados encontros com o Presidente norte-americano, Joe Biden, e com Kamala Harris na quinta-feira. Reúne-se ainda com Trump, em Mar-a-Lago, na Florida, na sexta.
De acordo com a cadeia televisiva CNN, cerca de 80 representantes e senadores democratas vão ignorar Netanyahu, de acordo com fontes consultadas e declarações públicas.
O presidente da Câmara dos Representantes, Mike Johnson, alertou para uma "política de tolerância zero" para quaisquer sinais de distúrbios no edifício do Capitólio.
Gritando "vocês são uma vergonha", os manifestantes junto do Capitólio viraram-se, na descrição da agência EFE, contra os congressistas que deverão assistir ao discurso do primeiro-ministro israelita.
Transportando bandeiras e faixas palestinianas, os manifestantes que se juntaram no Capitólio acusaram os Estados Unidos de serem cúmplices da operação israelita na Faixa de Gaza, que segundo as autoridades locais, controladas pelo grupo islamita Hamas, já matou cerca de 40 mil pessoas, na maioria civis, desde 07 de outubro.
De acordo com a EFE, o Capitólio encontrava-se hoje à tarde completamente cercado por polícias e manifestantes, que instalaram um palco a poucos metros do edifício sobre o qual se lia numa faixa "Palestina Livre".
Estas concentrações por ocasião da visita de Netanyahu acontecem pouco mais de dois meses após vagas de grandes protestos em universidades dos Estados Unidos, que se estenderam depois à Europa, contra a ofensiva israelita na Faixa de Gaza.
O atual conflito foi provocado por um ataque sem precedentes do Hamas em solo israelita, em 07 de outubro, que provocou quase 1.200 mortos e acima de 200 pessoas levadas na condição de reféns.
Em retaliação, Israel lançou desde então uma operação militar aérea e terrestre em grande escala na Faixa de Gaza, deixando o enclave palestiniano destruído e, segundo a ONU, mergulhado num desastre humanitário.
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