O vice-primeiro-ministro chinês Ding Xuexiang disse, durante o Sexto Fórum Empresarial de Energia China - Rússia, em Moscovo, que a China vai procurar "avançar solidamente com a cooperação no comércio e investimento no setor da energia", com a Rússia, o seu principal fornecedor de petróleo bruto.
Ding propôs o lançamento de projetos energéticos de "grande escala", a colaboração no domínio da energia de hidrogénio e uma maior cooperação ao longo da "cadeia de abastecimento" de energia, segundo um comunicado difundido pelo Conselho de Estado (Executivo) da China.
A cooperação deve ser aprofundada em "áreas promissoras", como as energias renováveis e os mercados de carbono, afirmou Ding.
O vice-primeiro-ministro chinês sugeriu uma "cooperação integrada" mais forte nas cadeias de abastecimento de energia, com a melhoria das infraestruturas transfronteiriças conexas.
Numa mensagem enviada ao fórum, o Presidente chinês, Xi Jinping, indicou também o desejo de expandir a cooperação energética entre os dois países.
"No novo ponto de partida histórico, a China está pronta a trabalhar com a Rússia para impulsionar continuamente a cooperação mutuamente benéfica no setor da energia, salvaguardar a estabilidade e a resiliência da cadeia industrial e da cadeia de abastecimento de energia, de modo a contribuir para um desenvolvimento mais robusto, verde e saudável da indústria energética global", afirmou Xi Jinping, na carta citada pela agência de notícias oficial Xinhua.
A posição de Pequim parece assim manter-se, apesar das ameaças da Europa e Estados Unidos de impor mais sanções contra a segunda maior economia do mundo devido às suas relações com a Rússia.
Na semana passada, altos funcionários norte-americanos alertaram para o facto de a China estar a ir na "direção errada" ao ajudar Moscovo e que, se não reconsiderar as suas relações, poderá ser alvo de mais sanções.
O conselheiro de segurança nacional Jake Sullivan previu sanções adicionais nas próximas semanas.
As afirmações de Ding Xuexiang em Moscovo aparecem também numa altura em que o chefe da diplomacia ucraniana, Dmytro Kuleba, visita a China, visando encontrar uma solução para a guerra.
Apesar dos estreitos laços económicos, diplomáticos e militares com Moscovo, que se reforçaram ainda mais desde a invasão russa da Ucrânia em fevereiro de 2022, Pequim pretende desempenhar o papel de mediador no conflito.
A China, que considera a parceria com a Rússia fundamental para contrapor a ordem democrática liberal, liderada pelos Estados Unidos, nunca condenou a invasão russa e acusa a NATO de negligenciar as preocupações de segurança de Moscovo.
Mas o país asiático também apelou, no ano passado, numa proposta de paz, ao respeito pela integridade territorial de todos os Estados - incluindo a Ucrânia.
O comércio da China com a Rússia atingiu um nível recorde em 2023, ao crescer 26,3%, em termos homólogos, para 240,1 mil milhões de dólares (218 mil milhões de euros).
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