"Foi isso que prometi fazer e é isso que vamos fazer (...). Portanto, a minha obrigação é ir ao Parlamento (catalão) se houver um debate de investidura. Estarei lá", declarou Puigdemont numa reunião do seu partido, Junts per Catalunya (Juntos pela Catalunha), realizada na cidade francesa de Amélie-les-Bains-Palalda, a 25 quilómetros da fronteira espanhola.
O ex-presidente catalão disse ainda esperar que, caso regresse, "as autoridades evitem o que seria uma detenção ilegal, uma detenção arbitrária". Na sua opinião, deveria ser-lhe concedido um indulto.
Foi a primeira vez que Puigdemont, que abandonou o país após a tentativa abortada de secessão da Catalunha em 2017, para escapar à justiça espanhola, falou em público desde que o Supremo Tribunal espanhol recusou, a 01 de julho, permitir-lhe beneficiar da lei de amnistia para os separatistas catalães.
Acusado de desvio de fundos e investigado por alta traição, Puigdemont poderá ser preso se regressar a Espanha.
A decisão do Supremo Tribunal de Justiça causou um forte impacto político, uma vez que a lei de amnistia, que foi negociada meticulosamente para permitir que Pedro Sánchez se mantivesse no poder, deveria começar por beneficiar Puidgemont.
Em meados de maio, os socialistas obtiveram uma vitória clara nas eleições regionais da Catalunha, onde o partido pró-independência de Puigdemont perdeu a maioria.
Salvador Illa, o candidato socialista à presidência da região, que ainda está longe da maioria, está a negociar com o outro grande partido pró-independência ERC (Esquerda Republicana da Catalunha), mas não há ainda garantias de que as conversações venham a ter sucesso.
Se o próximo presidente catalão não tomar posse até 26 de agosto, serão convocadas novas eleições, possivelmente em outubro.
"Não haverá mais campanhas eleitorais no exílio", afirmou hoje Puigdemont, que fez campanha para as últimas eleições a partir do sul de França.
"Não, as próximas campanhas eleitorais terão lugar lá (na Catalunha) e eu estarei lá", insistiu.
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