Bangladesh bane partido Jamaat-e-Islami após protestos violentos

O Bangladesh baniu totalmente hoje o partido Jamaat-e-Islami, qualificando-o como organização "militante e terrorista", após semanas de protestos violentos que provocaram mais de 200 mortes e milhares de feridos.

Notícia

© ShutterStock

Lusa
01/08/2024 13:21 ‧ 01/08/2024 por Lusa

Mundo

Bangladesh

A primeira-ministra do Bangladesh, Sheikh Hasina, e os seus parceiros políticos culparam o Jamaat-e-Islami, a sua fação estudantil, Islami Chhatra Shibir, e outros organismos associados por incitação à violência durante os recentes protestos estudantis contra um sistema de quotas para empregos públicos.

 

O Ministério do Interior do Bangladesh clarificou que a proibição foi imposta ao abrigo de uma lei antiterrorismo.

Desde 15 de julho, pelo menos 211 pessoas morreram e mais de 10 mil pessoas foram detidas em todo o país.

O partido Jamaat-e Islami ficou impedido de participar nas três eleições nacionais desde 2014, depois de a Comissão Eleitoral ter cancelado o seu registo.

Em 2013, o Tribunal Superior desqualificou o partido das eleições, dizendo que a sua orientação violava a constituição nacional ao opor-se ao secularismo.

No entanto, o partido não foi impedido de realizar atividades políticas, tais como realizar reuniões, comícios e fazer declarações.

Em 2023, o Supremo Tribunal manteve a decisão do Tribunal Superior, pondo fim à longa batalha jurídica e proibindo o partido de participar em eleições ou de utilizar símbolos partidários.

Contudo, nessa altura, e mais uma vez, o Supremo Tribunal não proibiu todas as atividades do partido.

O Jamaat-e Islami foi fundado durante o domínio colonial britânico em 1941 por um controverso académico islâmico e fez campanha contra a criação do Bangladesh como um Estado independente durante a guerra da independência do Paquistão em 1971.

A maioria dos altos dirigentes do partido foram enforcados ou presos desde 2013, depois de os tribunais os terem condenado por crimes contra a humanidade, incluindo assassinatos, raptos e violações cometidas em 1971.

O partido formou grupos de milícias para ajudar os militares paquistaneses durante a guerra de nove meses contra o Paquistão em 1971.

O Bangladesh conquistou a independência a 16 de dezembro de 1971 com a ajuda da vizinha Índia.

O partido foi banido após a independência do Bangladesh em 1971 pelo seu papel nos assassinatos em massa e nas atrocidades sob a administração de Mujibur Rahman, líder fundador do Bangladesh.

A proibição foi levantada em 1976, um ano depois de Rahman ter sido assassinado juntamente com a maioria dos membros da sua família num golpe militar.

O Jamaat também já tinha sido banido por duas vezes, em 1959 e 1964, no Paquistão, pelo seu papel comunitário.

O partido ainda não reagiu à decisão hoje conhecida, mas o seu líder, Shafiqur Rahman, tinha dito, num comunicado emitido na noite de terça-feira, que uma eventual medida neste sentido deveria ser condenada.

"Iremos condenamos veementemente e protestaremos contra a decisão ilegal, não autorizada e inconstitucional (...) de proibir o Jamaat-e-Islami. A aliança de 14 partidos liderada pela Liga Awami é uma plataforma política. Um partido político ou aliança não pode tomar decisões sobre outro partido político", defendeu Rahman.

Leia Também: Bangladesh. Polícia libertou dirigentes estudantis após vaga de violência

Partilhe a notícia

Escolha do ocnsumidor 2025

Descarregue a nossa App gratuita

Nono ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.

* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com
App androidApp iOS

Recomendados para si

Leia também

Últimas notícias


Newsletter

Receba os principais destaques todos os dias no seu email.

Mais lidas