Vladimir Kara-Murza foi libertado na quinta-feira - naquela que foi a maior troca de prisioneiros de guerra entre a Rússia e o Ocidente desde a Guerra Fria - e falou com a mulher e os filhos ao telefone.
"Estou, pai? É tão bom ouvir-te", começou por dizer a filha do ativista ao ouvir a sua voz ao telefone, a partir da Sala Oval, acompanhada pelo presidente Joe Biden, da mãe e do irmão.
"Não há palavras que exprimam isto. Estava certo de que morreria na prisão. Não acredito no que está a acontecer. Acho que ainda estou a dormir na minha cela em Omsk e não a ouvir a vossa voz. Mas eu só queria que soubessem que fizeram uma coisa maravilhosa em salvarem tanta gente. Só há poucas coisas mais importantes do que salvar vidas humanas", disse Kara-Murza, diante dos olhares e sorrisos emocionados da sua família.
Entretanto, Biden deu-lhe as boas-vindas, salientando que "não há maior trabalho que o de proteger e trazer cidadãos norte-americanos para casa".
Confira o vídeo do momento na galeria de imagens acima.
Os amigos de Kara-Murza também reagiram à libertação através de um comunicado, citado pela imprensa russa: "Hoje [quinta-feira] marca o fim de 843 dias de pesadelo para o cidadão russo-britânico e líder da oposição Kara-Murza, para a sua família e amigos mais chegados", pode ler-se.
De recordar que Kara-Murza foi condenado por traição e outras acusações, em 2023, e sentenciado a 25 anos de prisão.
Quem é Vladimir Kara-Murza?
Cidadão russo com dupla nacionalidade e proeminente político da oposição, foi detido em 2022, depois de ter criticado a guerra na Ucrânia que tinha começado semanas antes.
Colunista do The Washington Post, Kara-Murza, 42 anos, foi galardoado com o Prémio Pulitzer este ano.
Adoeceu em 2015 e 2017 devido a dois envenenamentos quase fatais que atribui ao Kremlin. A sua mulher e os seus advogados afirmam que a sua saúde se está a deteriorar na prisão em resultado dos envenenamentos.
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