Pressão é "única esperança". Após eleições, Venezuela (ainda) em ebulição

Nicolás Maduro foi reeleito como presidente da Venezuela no domingo, mas a oposição - e outros países - contesta o resultado divulgado pelo CNE, num 'filme' que está a dar 'pano para mangas'.

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© Marcos del Mazo/LightRocket via Getty Images

Daniela Carrilho com Lusa
02/08/2024 13:58 ‧ 02/08/2024 por Daniela Carrilho com Lusa

Mundo

Venezuela

Continua a polémica em torno da veracidade dos resultados eleitorais na Venezuela, que deram a vitória a Nicolás Maduro - reeleito para um terceiro mandato consecutivo com 51,20% dos votos.

 

A certificação dos resultados das presidenciais, que decorreram no domingo, tem dado que falar. Enquanto o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela proclamou Maduro para um novo mandato, a oposição reivindicou a vitória.

Entretanto, o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, afirmou que os EUA reconhecem a vitória do candidato da oposição com base em "provas incontestáveis".

"É claro para os Estados Unidos e, sobretudo, para o povo venezuelano, que Edmundo Gonzalez Urrutia recebeu a maioria dos votos com uma margem insuperável", afirmou Blinken, em comunicado divulgado na quinta-feira.

"Provas incontestáveis". EUA reconhecem vitória da oposição na Venezuela

O secretário de Estado norte-americano afirmou que os Estados Unidos reconhecem a vitória do candidato da oposição nas presidenciais da Venezuela, com base em "provas incontestáveis".

Lusa | 06:05 - 02/08/2024

Neste sentido, o presidente da Venezuela disse aos EUA para "tirarem o nariz" do seu país. "Os Estados Unidos deviam tirar o nariz da Venezuela porque é o povo soberano que governa na Venezuela, que põe, que escolhe, que diz, que decide", afirmou Maduro, em declarações transmitidas pelo canal estatal de televisão VTV.

Maduro responde aos EUA e pede que

Maduro responde aos EUA e pede que "tirem o nariz" da Venezuela

O Presidente da Venezuela disse aos Estados Unidos para "tirarem o nariz" do país, depois de Washington ter admitido a vitória do candidato da oposição, Edmundo González Urrutia, nas presidenciais de domingo.

Lusa | 06:30 - 02/08/2024

Por outro lado, o Supremo Tribunal da Venezuela aceitou um pedido de Maduro para iniciar um "processo de investigação e verificação para certificar de forma irrestrita os resultados" eleitorais de domingo, anunciou a presidente da Sala Eleitoral.

Apelos por "verificação imparcial dos resultados"

O ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, insistiu na necessidade de verificação das atas das eleições e pediu diálogo político e respeito pela liberdade de manifestação, após uma conversa com a líder da oposição na Venezuela, María Corina Machado, sobre a situação política no país.

"Insistimos na necessidade de verificação dos originais das atas eleitorais, na moderação e diálogo político e na abstenção de repressão da liberdade de manifestação", escreveu o chefe da diplomacia portuguesa numa publicação na rede social X.

Venezuela?

Venezuela? "Insistimos na necessidade de verificação das atas eleitorais"

O Governo português insistiu hoje na necessidade de verificação das atas das eleições presidenciais venezuelanas, realizadas no domingo passado, e pediu diálogo político e respeito pela liberdade de manifestação.

Lusa | 17:20 - 01/08/2024

Também o Brasil, a Colômbia e o México apelaram a uma "verificação imparcial dos resultados". Os três países são dirigidos por presidentes de esquerda e estão entre os Estados do Hemisfério Ocidental que têm boas relações com Caracas.

Este estatuto dá mais importância às suas considerações, segundo as quais "as controvérsias sobre o processo eleitoral devem ser dirimidas pela via institucional" e "o princípio fundamental da soberania popular deve ser respeitado mediante a verificação imparcial dos resultados".

Venezuela. Brasil, Colômbia e México pedem verificação de resultados

Venezuela. Brasil, Colômbia e México pedem verificação de resultados

O Brasil, a Colômbia e o México apelaram a uma "verificação imparcial dos resultados" das eleições presidenciais na Venezuela, realizadas em 28 de julho, em comunicado conjunto distribuído hoje.

Lusa | 00:02 - 02/08/2024

Por sua vez, a missão internacional independente da ONU para a Venezuela está "extremamente preocupada" com a nova onda de repressão de manifestações populares que contestam os resultados.

Marta Valiñas acredita que "a maior, senão a única esperança" para resolver a situação de tensão reside na intervenção e pressão dos países vizinhos, num "esforço de transparência" que será a única forma de "acalmar os ânimos".

Venezuela. Pressão de países vizinhos é talvez a

Venezuela. Pressão de países vizinhos é talvez a "única esperança"

A presidente da Missão independente da ONU para a Venezuela acredita que "a maior, senão a única esperança" para resolver a situação de tensão após as eleições presidenciais de domingo reside na intervenção e pressão dos países vizinhos.

Lusa | 06:49 - 02/08/2024

De recordar que, segundo dados divulgados pelo CNE, Maduro foi proclamado presidente eleito do país para o período 2025-2031, com 51,2% (5,15 milhões) dos votos. O principal candidato da oposição, Edmundo González Urrutia, obteve 44,2% (pouco menos de 4,5 milhões de votos), indicou o CNE.

Desde então, a Venezuela regista protestos em várias regiões do país contra os resultados anunciados.

Leia Também: ONG exigem respeito por direitos civis e políticos na Venezuela

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