Segundo a agência de notícias EFE, o ministro dos Negócios Estrangeiros do Uruguai partilhou hoje, na sua página da rede social X (antigo Twiter), partes da conversa que teve com Josep Borrell, alto representante da UE para os Negócios Estrangeiros e a Política Externa.
"Esta manhã falei com Josep Borrell. Partilhámos a grande preocupação com a situação na Venezuela. Concordamos com a urgência de que o órgão responsável - Conselho Nacional Eleitoral [CNE] -, mostre todas as informações e permita uma revisão abrangente e independente [dos resultados eleitorais]", lê-se na página do X.
Um dia antes, o governo uruguaio reconheceu Edmundo González como o vencedor das eleições presidenciais da Venezuela, nas quais o CNE do país anunciou, por seu turno, Nicolás Maduro como vencedor.
"Com base na evidência esmagadora, é claro para o Uruguai, que Edmundo González Urrutia obteve a maioria dos votos nas eleições presidenciais venezuelanas", escreveu na Paganini no X.
Contudo, posteriormente, o Ministério dos Negócios Estrangeiros do Uruguai emitiu um comunicado a indicar que a autoridade eleitoral - CNE -,"ainda não tinha apresentado provas dos resultados reais, nem estabeleceu mecanismos de auditoria independentes para a contagem de votos".
Sublinhou ainda que o Centro Carter declarou que as eleições "não cumpriram os parâmetros e normas internacionais de integridade e não podem ser consideradas democráticas", enquanto a oposição compilou mais de 80% dos relatórios eleitorais "sem que a sua veracidade tenha sido refutada".
O Uruguai aguarda com "grande expectativa o reconhecimento dos resultados eleitorais pelas autoridades venezuelanas competentes e o início do processo de transição para a constituição de um novo governo, num quadro de paz e de respeito pelos direitos humanos".
A UE não pode reconhecer os resultados das eleições venezuelanas até que a contagem dos votos esteja concluída e "verificada de forma independente", afirmou Borrell na quarta-feira.
"O Conselho Nacional Eleitoral apenas apresentou o resultado correspondente a 80% da contagem dos votos, sem fornecer qualquer fonte ou sistema que permita a sua verificação", afirmou Borrell.
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