Segundo dados do Ministério dos Assuntos Civis, 3,43 milhões de casais casaram-se e 1,27 milhões divorciaram-se na China nos primeiros seis meses do ano. O número de registos de casamento durante o primeiro semestre deste ano é o mais baixo desde 2014.
Citado pelo Global Times, jornal oficial do Partido Comunista Chinês, o demógrafo He Yafu previu que o número anual de registos de casamento em 2024 cairá para o nível mais baixo desde 1980, quando o registo começou.
De acordo com He, as estatísticas do ministério mostram que, entre 2014 e 2023, com exceção de 2020, quando o número de registos de casamento no primeiro semestre do ano foi inferior ao do segundo semestre devido à pandemia da covid-19, o número de registos de casamento no primeiro semestre do ano foi superior ao do segundo semestre em todos os outros anos.
A razão subjacente a este fenómeno é o Ano Novo Lunar chinês, o feriado de uma semana normalmente celebrado em janeiro ou fevereiro, durante o qual muitos casais aproveitam para se casarem.
Este costume levou He a calcular que o número total estimado de registos de casamento para 2024 será de cerca de 6,6 milhões de casais, o que seria ainda mais baixo do que os 6,83 milhões de 2022 e estabeleceria um novo mínimo histórico desde 1980, quando 7,2 milhões de casais se casaram.
Do ponto de vista das estatísticas anuais, o número de registos de casamento a nível nacional atingiu um máximo histórico de 13,46 milhões, em 2013, e começou a diminuir desde 2014. O número caiu para menos de 10 milhões, em 2019, e diminuiu ainda mais para 6,83 milhões, em 2022, apesar de ter recuperado para 7,68 milhões, em 2023.
De acordo com He, as razões para o declínio no número de registos de casamento desde 2014 incluem um declínio na população jovem, desequilíbrio de género, com mais homens do que mulheres entre a população jovem, adiamento da idade do primeiro casamento, custos elevados para casar e mudança de atitudes em relação ao casamento.
No 20.º Congresso do Partido Comunista Chinês, em 2022, o partido sublinhou que o país precisa de um sistema que "aumente as taxas de natalidade e reduza os custos da gravidez, do parto, da escolaridade e da educação dos filhos".
A China registou um declínio da sua população em 2022 e 2023, as primeiras contrações desde 1961, quando o número de habitantes diminuiu em resultado do fracasso da política de industrialização do Grande Salto em Frente e da fome que se seguiu.
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