Centenas de cidadãos deslocaram-se hoje de manhã à base aérea de Chiayi, no sul de Taiwan, para assistirem aos ensaios que antecedem o evento do próximo sábado, que deverá contar com a presença de mais de 10 mil pessoas.
Para além do norte-americano F-16, a força aérea da ilha destacou o Mirage-2000 e o IDF, o seu caça de origem, que partilhou espaço com os aviões de treino AT-3 e AJT.
Estavam igualmente presentes aviões de transporte, helicópteros de combate e veículos terrestres, como o tanque M60A3, também fornecido pelos Estados Unidos.
Durante o ensaio de duas horas, os pilotos praticaram várias acrobacias e manobras diante do público, que se divertiu em família e tirou fotografias com membros da Força Aérea.
O espetáculo do próximo sábado será o primeiro e único evento de portas abertas a ser organizado pelas Forças Armadas de Taiwan em 2024: tradicionalmente, a ilha organizava vários encontros deste tipo por ano, mas a ameaça crescente da China obrigou-a a limitar o seu número ao máximo.
Neste contexto, o governo taiwanês pretende que a exposição sirva para "aumentar a compreensão dos civis sobre as forças armadas da nação e mostrar apoio aos militares nos seus esforços para proteger o país", disse o major-general Yang Chuan-wen numa conferência de imprensa, na semana passada.
Nos últimos anos, as forças armadas de Taiwan tiveram de enfrentar um assédio constante por parte da China, que reivindica a soberania sobre a ilha. Pequim considera Taiwan como uma província rebelde, não excluindo o uso da força para a reunificação.
Esta campanha de pressão intensificou-se ainda mais desde a tomada de posse de William Lai (Lai Ching-te), pró-independência, como líder de Taiwan, a 20 de maio.
Desde então, Taiwan detetou mais de 1350 aviões militares chineses a operar em torno da ilha, 976 dos quais atravessaram o Estreito de Taiwan ou entraram na autoproclamada Zona de Identificação de Defesa Aérea (ADIZ) de Taiwan.
O líder da ilha propôs várias vezes o diálogo com a China, partindo do princípio de que a República Popular da China e a República da China "não estão subordinadas uma à outra", uma abordagem categoricamente rejeitada por Pequim, que insiste que a "reunificação" entre o continente e a ilha é uma "tendência histórica imparável".
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