A ministra da Justiça, Heidi Alexander, emitiu estas declarações depois de Musk ter publicado um comentário afirmando que "a guerra civil é inevitável" no Reino Unido.
Mais tarde, Musk voltou à carga, salientando as queixas de que o sistema de justiça criminal britânico trata os muçulmanos de forma mais branda do que os ativistas de extrema-direita e comparando a "repressão" contra utilizadores das redes sociais no Reino Unido à União Soviética.
"O uso de termos como 'guerra civil' não é de forma alguma aceitável", disse a ministra da Justiça britânica à Times Radio.
"Estamos a assistir a agentes da polícia a serem gravemente feridos, edifícios incendiados e, por isso, penso realmente que todos aqueles que têm uma tribuna devem exercer o seu poder de forma responsável", sublinhou.
O Reino Unido está há mais de uma semana a ser abalado por violência nas ruas, com a polícia a entrar em confronto com multidões que gritam palavras de ordem anti-imigração e islamofóbicas em cidades e vilas desde a Irlanda do Norte até à costa sul de Inglaterra.
A agitação começou depois de ativistas de extrema-direita terem usado as redes sociais para espalhar informação falsa sobre um esfaqueamento que teria matado três raparigas durante um evento de dança temático dedicado à música da norte-americana Taylor Swift, a 29 de julho.
O primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, que descreveu os tumultos como "selvajaria da extrema-direita", afirmou na segunda-feira que o Governo iria destacar um "exército permanente" de polícias especializados para pôr fim aos distúrbios.
Mas o Governo está também a pedir às empresas proprietárias de redes sociais, como a X de Musk, anteriormente conhecida como Twitter, que façam mais para combater a disseminação de informação enganosa e inflamatória 'online'.
A ministra da Justiça indicou hoje que o executivo britânico vai analisar a possibilidade de reforçar a atual Lei de Segurança 'Online' do país, que foi aprovada no ano passado e não será totalmente aplicada até 2025.
"Temos estado a trabalhar com as empresas de redes sociais, e algumas das medidas que elas já tomaram, como a remoção automática de alguma falsa informação, são bem-vindas", declarou Heidi Alexander à estação de televisão pública BBC.
"Mas há, sem dúvida, muito mais que as empresas de redes sociais poderiam e deveriam estar a fazer", acrescentou.
Contactada pela agência de notícias norte-americana Associated Press (AP), a rede social X -- que raramente responde a perguntas da comunicação social - não respondeu a uma mensagem de correio eletrónico para comentar o assunto, e Musk continuou a atiçar o debate sobre a violência que se vive no Reino Unido.
Leia Também: Elon Musk aceita convite (bizarro) para lutar com Nicolás Maduro