Egito coordena-se com UE no Mar Vermelho face a possível escalada
O ministro dos Negócios Estrangeiros egípcio, Badr Abdelatty, abordou hoje no Cairo com a União Europeia (UE) a tensão generalizada no Médio Oriente, particularmente no Mar Vermelho, segundo comunicado oficial.
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Mundo Médio Oriente
Abdelatty expressou ao comandante da missão naval da UE, Vasileos Gryparis, "a preocupação do Egito com a escalada em curso", aludindo a um possível ataque do Irão e respetivos aliados, incluindo os rebeldes Huthis, do Iémen, contra Israel, que atribuem a este país o assassínio do líder do grupo islâmico palestiniano Hamas, Ismail Haniyeh, na semana passada em Teerão.
O chefe da diplomacia egípcia também "reafirmou o apoio do Egito à missão", dada "a natureza defensiva do seu mandato no contexto dos crescentes desafios enfrentados pela navegação no Mar Vermelho", lê-se no comunicado do Governo egípcio.
Abdelatty alertou ainda para "o impacto direto das ameaças à segurança da navegação no Mar Vermelho na economia egípcia, devido à enorme queda nas receitas do Canal de Suez", e afirmou que "o Egito é um dos mais afetados" pelos ataques dos rebeldes iemenitas.
A missão naval da UE foi lançada em fevereiro passado sob o título 'Operação Áspides', a fim de ajudar a defender os navios que transitam no sul do Mar Vermelho contra ataques dos Huthis.
Este grupo xiita, apoiado pelo Irão, realizou dezenas de ataques com 'drones' e mísseis contra navios israelitas e outros ligados a Israel nos mares Arábico e Vermelho desde novembro passado, a fim de prejudicar economicamente o Estado judaico pela guerra na Faixa de Gaza.
A tensão na região fez com que as principais companhias marítimas do mundo continuassem a ajustar as rotas para evitar a travessia do Mar Vermelho, por onde transita 8% do comércio mundial de cereais, 12% do comércio de petróleo e 8% do comércio mundial de gás natural liquefeito.
"É importante unir esforços para criar um ambiente seguro para a passagem de navios no Mar Vermelho e tranquilizar as companhias marítimas internacionais", disse o ministro egípcio, cujo país denunciou perdas "significativas" devido à queda nas receitas do Canal do Suez, que liga os mares Vermelho e Mediterrâneo.
Por seu lado, o comandante da 'Operação Áspides' "manifestou o interesse em comunicar com os países da região [...] em especial o Egito", e "destacou o caráter defensivo da missão naval europeia, sublinhando o sucesso já obtido no evitar numerosos ataques Huthis", acrescentou a nota do Governo egípcio.
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