A porta-voz da diplomacia russa, Maria Zakharova, disse, numa conferência de imprensa, que os dois cidadãos - um russo e outro ucraniano - foram raptados em 18 de julho, noticiou a agência noticiosa Tass.
"No dia 18 de julho, no sudoeste do Níger, perto da aldeia de Mbanga (região de Tillaberi), terroristas do Grupo de Apoio ao Islão e aos Muçulmanos, afiliado à Al-Qaida, atacaram geólogos, que realizavam trabalhos de exploração mineira", explicou a porta-voz do MNE.
Os atacantes raptaram quatro pessoas, indicou, e vários militares nigerinos foram mortos.
"Em 02 de agosto, um vídeo com dois reféns foi divulgado nas redes sociais, sendo que um deles se apresentou como Oleg Gret e outro como Yuri", explicou.
Alegadamente o primeiro cidadão mencionado é de nacionalidade russa e o segundo ucraniano e trabalhavam no Níger, numa empresa russa de geologia.
Por isso, a Rússia enviou um pedido oficial ao Governo do Níger para assistência em relação aos acontecimentos ocorridos, assim como ao Mali.
Segundo explicou a porta-voz, a Embaixada da Rússia em Bamaco, a capital do Mali, que representa os interesses de Moscovo no Níger, está em contacto constante com as autoridades do Níger.
A Rússia pretende continuar "os esforços para libertar os reféns", disse.
"Estamos firmemente convencidos de que as forças terroristas e outras forças destrutivas não serão capazes de impedir a crescente cooperação da Rússia com os Estados do Saara-Sahel", concluiu Zakharova.
O Níger anunciou na terça-feira o corte de relações diplomáticas com Kiev, dois dias depois da decisão do Mali, denunciando o "apoio" da Ucrânia a "grupos terroristas".
Os vizinhos Mali, Níger e Burkina Faso, os três governados por juntas militares, que tomaram o poder em golpes recentes, formaram uma confederação de ajuda mútua denominada Aliança dos Estados do Sahel e estão empenhados em políticas de aproximação à Rússia, anti-ocidentais em geral e, em particular, contra o Governo de Kiev, que tem sido associado por Niamey a objetivos "subversivos e inaceitáveis".
Recentemente, tanto o Mali, como o Níger, voltaram-se para a Rússia e para o seu grupo de mercenários Wagner, também utilizado na invasão da Ucrânia.
A crise diplomática entre a Ucrânia e os governos do Mali e do Níger eclodiu depois de dezenas de mercenários wagnerianos, que ajudavam Bamaco na luta contra os secessionistas, terem sido mortos numa emboscada pelas forças rebeldes e pelo grupo terrorista Al-Qaida, no norte do país, no mês passado.
A derrota foi a mais pesada sofrida pelo grupo Wagner em África, segundo os analistas.
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