Kamala Harris defende cessar-fogo entre Israel e Hamas

A candidata democrata à presidência dos Estados Unidos, Kamala Harris, defendeu a necessidade de obter um cessar-fogo entre Israel e o movimento islamita palestiniano Hamas, após mais de dez meses de guerra.

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Lusa
10/08/2024 06:14 ‧ 10/08/2024 por Lusa

Mundo

EUA

"Agora é o momento de alcançar um acordo de cessar-fogo e a libertação dos reféns. O Presidente [norte-americano Joe Biden] e eu trabalhámos incansavelmente todos os dias para chegar a este acordo", disse Harris na sexta-feira à tarde.

 

A atual vice-presidente falava num comício em Glendale, no estado de Arizona (sudoeste), quando voltou a ser interrompida por manifestantes pró-palestinianos que entoavam o slogan "Palestina livre".

"Respeito as vossas opiniões, mas estamos aqui para falar sobre a corrida presidencial de 2024", acrescentou Harris.

A candidata democrata já tinha enfrentado protestos pró-Palestina num outro comício, na cidade de Detroit, no estado de Michigan (centro-norte), na quarta-feira.

Os Estados Unidos são, de longe, o principal apoiante militar de Israel, algo que tem dividido o campo democrata.

Negociadores dos EUA, Qatar e Egito exigiram na quinta-feira a Israel e ao Hamas que "retomem as negociações urgentes na quinta-feira, dia 15 de agosto, em Doha ou no Cairo, para encerrar o que falta e começar a aplicação do acordo sem mais demoras".

A atual proposta baseia-se nos princípios descritos em maio por Joe Biden, que incluem uma primeira fase, de seis semanas, durante a qual haveria um cessar-fogo total, a retirada das tropas israelitas da Faixa de Gaza e a troca de reféns israelitas por presos palestinianos nas cadeias israelitas.

Na sexta-feira, o ministro de extrema-direita israelita Bezalel Smotrich pediu ao primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, que recusasse a proposta por a considerar "um acordo de rendição".

O Hamas lançou em 07 de outubro de 2023 um ataque surpresa contra o sul de Israel com o lançamento de milhares de foguetes e a incursão de milicianos armados, que causou a morte de mais de 1.140 pessoas em Israel, a maioria civis, segundo uma contagem da agência de notícias France-Presse, baseada em números oficiais israelitas.

Cerca de 240 pessoas foram raptadas e levadas para Gaza, segundo as autoridades israelitas. Destas, perto de cem foram libertadas no final de novembro, durante uma trégua em troca de prisioneiros palestinianos, e 132 reféns continuam detidos no território palestiniano, 28 dos quais terão morrido.

Em resposta ao ataque, Israel declarou guerra ao Hamas, movimento que controla a Faixa de Gaza desde 2007 e que é classificado como terrorista pela União Europeia e Estados Unidos, bombardeando várias infraestruturas do grupo em Gaza e impôs um cerco total ao território com corte de abastecimento de água, combustível e eletricidade.

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