Ministro israelita acusa Borrell de estar "do lado dos terroristas"

O ministro israelita Bezalel Smotrich (extrema-direita) acusou hoje o chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, de estar "do lado dos terroristas", por ter admitido sanções contra ele por declarações que considerou incitarem a crimes de guerra em Gaza.

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Lusa
12/08/2024 14:40 ‧ 12/08/2024 por Lusa

Mundo

Israel/Palestina

"O dia em que a Europa se envergonhará de Borrell por estar do lado dos verdadeiros terroristas", escreveu o ministro das Finanças israelita, Bezalel Smotrich, numa mensagem na sua conta na rede social X, na qual anexou a posição manifestada no domingo pelo Alto Representante da União Europeia (UE) para os Negócios Estrangeiros e Política de Segurança.

 

Smotrich acusou Borrell de considerar os bombardeamentos israelitas em Gaza "piores" do que os da Alemanha nazi e de utilizar o sofrimento do povo palestiniano "apenas para poder atacar Israel".

"Se Borrell se preocupasse realmente com os palestinianos, opor-se-ia ao muro construído pelo Egito para cercar Gaza e aprisionar os habitantes de Gaza e ajudaria os habitantes de Gaza a escapar à brutalidade do Hamas e a começar uma vida nova e segura na UE", acrescentou o governante israelita.

Desde o início da atual guerra na Faixa de Gaza, o chefe da diplomacia europeia tornou-se uma das vozes mais críticas em relação ao Governo israelita, que há meses critica por "violar o direito internacional humanitário" devido à sua dura ofensiva no enclave palestiniano, que ao fim de 10 meses já matou quase 40.000 pessoas.

"Enquanto o mundo pressiona para um cessar-fogo em Gaza, [o ministro da Segurança Nacional, Itamar Ben] Gvir apela ao corte do combustível e da ajuda aos civis", afirmou Borrell numa mensagem divulgada no domingo, apelando a Israel para que "se empenhe de boa-fé" nas negociações para um cessar-fogo "imediato".

O Alto Representante da UE considerou que "tal como as declarações sinistras do ministro Smotrich, esta é uma incitação aos crimes de guerra".

"As sanções devem estar na agenda da UE", afirmou.

Borrell já tinha criticado anteriormente as declarações do ministro israelita, que no início da semana passada considerou "justificado e moral" deixar morrer de fome e sede os dois milhões de habitantes de Gaza para obter a libertação dos restantes reféns israelitas detidos pelo grupo islamita Hamas.

Leia Também: Israel fecha estradas perto de Gaza para evitar rezas no feriado judaico

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