Sudão. Líder das RSF criou "força especial dedicada à proteção dos civis"

O líder do grupo paramilitar sudanês Forças de Apoio Rápido (RSF) anunciou hoje a criação de uma "força especial dedicada à proteção dos civis" do exército sudanês, apesar das RSF serem acusadas por crimes contra a humanidade.

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Lusa
12/08/2024 18:18 ‧ 12/08/2024 por Lusa

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Sudão

"Decidi formar uma força especial dedicada à proteção dos civis que começará a operar imediatamente e se expandirá gradualmente", disse Mohamed Hamdan Dagalo, mais conhecido por 'Hemedti', num vídeo partilhado no seu perfil na rede social X, onde afirmou que a força iria "garantir e fornecer segurança total ao povo".

 

O líder paramilitar tomou esta decisão depois de constatar que "o país está a viver um colapso devido à guerra atual, que causa grande instabilidade, insegurança e caos", e que muitas pessoas são vítimas de múltiplas violações por parte dos "remanescentes do antigo regime", referindo-se ao exército e à liderança militar, que controlam o Governo sudanês.

Dagalo enumerou um total de seis pontos entre as principais funções a desempenhar por esta nova força, entre os quais destacou "a proteção da vida e dos bens dos civis e a salvaguarda dos objetos civis", bem como "a facilitação e proteção das operações humanitárias".

A força será também responsável por "garantir a segurança dos trabalhadores humanitários, das organizações internacionais e de todos os que trabalham no setor humanitário", e por "coordenar com as administrações civis o reforço e a aplicação da lei para proteger os civis".

Além disso, irá "facilitar o regresso voluntário das pessoas deslocadas e de todas as pessoas afetadas pela guerra à sua região" e "coordenar com a Agência Sudanesa de Operações de Ajuda Humanitária a assistência".

No vídeo, o líder das RSF apelou também à comunidade internacional para formar um comité internacional para "determinar quem começou esta guerra e responsabilizá-los por todas as suas consequências".

No entanto, as RSF foram acusadas por várias organizações não-governamentais locais e internacionais, bem como por peritos das Nações Unidas, de cometerem massacres "indiscriminados" a civis, violações de mulheres e raparigas, e mesmo "limpezas étnicas" nas zonas sob o seu controlo, especialmente no oeste do Sudão.

A guerra no Sudão, que teve início em abril de 2023, já causou entre 30 mil e 150 mil mortos, segundo diferentes estimativas, a crise de deslocados do planeta. 

Leia Também: Sudão. Situação humanitária está em "ponto de rutura catastrófico"

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