Libertados líderes do principal partido da oposição da Tanzânia

Os dirigentes do principal partido da oposição da Tanzânia, Freeman Mbowe e Tundu Lissu, detidos antes de um comício proibido pela polícia na cidade de Mbeya, no sudoeste do país, foram libertados sob fiança anunciou hoje o partido.

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Lusa
13/08/2024 10:25 ‧ 13/08/2024 por Lusa

Mundo

Tanzânia

Estas duas figuras emblemáticas da oposição foram detidas no domingo e na segunda-feira, no âmbito de uma vaga de detenções que faz lembrar o regime autoritário do Presidente John Magufuli (2015-2021), o que preocupa as organizações de defesa dos direitos humanos e os partidos políticos do país da África Oriental.

 

No total, 520 pessoas, apoiantes e dirigentes do Chadema, foram detidas em todo o país, segundo a polícia.

"Os principais dirigentes do Chadema, Freeman Mbowe, Tundu Lissu, John Mnyika e John Pambalu, foram mandados regressar a Dar es Salaam (capital económica) pela polícia e pagaram a sua fiança", anunciou o diretor de comunicação do partido Chadema, John Mrema, numa mensagem no X.

Mas "segundo certas informações, alguns dirigentes (...) continuam detidos pela polícia de Mbeya", acrescentou.

Durante a noite, o chefe de operações e de formação da polícia, Awadh Haji, declarou que "todos os principais dirigentes do Chadema que foram detidos, após interrogatório e outros procedimentos, foram reenviados para os seus locais de origem", alguns sob "escolta policial".

A polícia proibiu uma manifestação organizada pelo Chadema no domingo, alegando risco de violência.

Tundu Lissu, o vice-presidente do Chadema, e John Mnyika, o secretário-geral do partido, foram detidos no domingo em Mbeya, onde se realizaria o comício para assinalar o Dia Internacional da Juventude.

O presidente Freeman Mbowe e John Pambalu, chefe da ala juvenil do partido, foram detidos na segunda-feira à chegada ao aeroporto de Songwe, a cerca de vinte quilómetros de Mbeya.

Numerosas ONG e o grupo de oposição ACT Wazalendo tinham apelado à libertação dos detidos, mostrando-se alarmados com um regresso destas práticas de detenção, que eram comuns durante o reinado do antigo presidente John Magufuli, que morreu em março de 2021, mas das quais a sua sucessora Samia Suluhu Hassan se tinha distanciado.

Desde que chegou ao poder, a nova líder inverteu uma série de medidas tomadas pelo seu antecessor autoritário, nomeadamente a reabertura de meios de comunicação social proibidos e o levantamento da proibição de comícios da oposição.

Prometeu igualmente restabelecer a "concorrência eleitoral", uma vez que o país deverá realizar eleições locais em dezembro, seguidas de eleições presidenciais e legislativas no próximo ano.

Presos em julho de 2021, Freeman Mbowe, 62 anos, e três outros dirigentes do partido viram o seu julgamento por "terrorismo" interrompido em março de 2022, quando os procuradores anunciaram que retiravam as acusações.

Perante os gestos de abertura do Governo, Tundu Lissu, 56 anos, regressou do exílio em janeiro de 2023.

Tinha fugido da Tanzânia após uma tentativa de assassínio em 2017, que descreveu como política, e depois regressou brevemente em 2020 para disputar as eleições presidenciais contra John Magufuli, que foi reeleito com um resultado oficial de 84%.

Leia Também: Oposição da Tanzânia apela à libertação de dirigentes detidos

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