O Ministério dos Negócios Estrangeiros palestiniano atribuiu a ação a extremistas judeus que querem "impor um controlo total" e alertou para as "repercussões perigosas" que tais iniciativas poderão ter em toda a região.
O Médio Oriente tem assistido a uma escalada de tensões devido à guerra entre Israel e o Hamas na Faixa de Gaza, iniciada há 10 meses, que já provocou mais de 40.000 mortos, incluindo no Líbano e no Irão.
A iniciativa de hoje de manhã também foi condenada pelo Egito e pela Jordânia.
Situada no setor de Jerusalém ocupado e anexado por Israel, a Esplanada das Mesquitas está construída sobre as ruínas do segundo templo judaico, destruído em 70 d.C. pelos romanos.
Para os judeus, é o Monte do Templo, o local mais sagrado do judaísmo.
A Esplanada das Mesquitas alberga a Mesquita de Al-Aqsa, o terceiro local mais sagrado do Islão, depois de Meca e Medina, na Arábia Saudita.
A ação de hoje de manhã coincidiu com o dia em que os judeus assinalam a destruição dos seus templos sagrados no local.
Alguns dos judeus hastearam bandeiras israelitas e rezaram no local, apesar de estarem proibidos de o fazer.
Nos termos do 'status quo' acordado em 1967 entre Israel e os países árabes liderados pela Jordânia, o culto no recinto está reservado aos muçulmanos.
Os judeus só podem entrar como visitantes em horários predeterminados, caminhar ao longo de um percurso definido, acompanhados por polícias, e rezar no Muro das Lamentações, que se encontra nas proximidades.
A Jordânia é a guardiã dos locais sagrados muçulmanos e cristãos em Jerusalém Oriental, embora Israel controle o acesso e as visitas aos locais, ao abrigo dos acordos de paz subscritos pelos dois países em 1994.
Trata-se da terceira vez que o ministro Ben Gvir se desloca à Esplanada das Mesquitas em datas importantes para reclamar o direito dos judeus a rezar no local, provocando a ira da população palestiniana.
Em setembro de 2000, a visita do então líder do partido Likud, Ariel Sharon, à Esplanada das Mesquitas desencadeou a Segunda Intifada, uma revolta palestiniana que durou até fevereiro de 2005, com um saldo de milhares de mortos.
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, demarcou-se da iniciativa de Ben Gvir, afirmando num comunicado tratar-se de "uma manobra de diversão".
Netanyahu afirmou ainda que a política do Governo não mudou em relação ao acordo de 1967, que reserva aos muçulmanos o culto na Esplanada das Mesquitas.
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