Primeiro-ministro da Índia apela para a paz antes de visitar Kyiv
O primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, apelou hoje à paz entre Ucrânia e Rússia ao partir para Kyiv, depois de ter irritado o Presidente ucraniano ao abraçar o líder russo, Vladimir Putin, recentemente em Moscovo.
© Reuters
Mundo Ucrânia
Modi, 73 anos, deverá encontrar-se com o primeiro-ministro polaco, Donald Tusk, na Polónia, na quinta-feira, antes de viajar para a Ucrânia na sexta-feira, onde também está previsto um encontro com Zelensky.
"Como amigo e parceiro, esperamos um rápido regresso à paz e à estabilidade na região", afirmou Modi nas redes sociais, citado pela agência francesa AFP.
Modi mantém um equilíbrio delicado entre os laços historicamente fortes da Índia com a Rússia e a procura de parcerias de segurança mais estreitas com os países ocidentais, como um baluarte contra o rival regional, a China.
Trata-se da primeira vez que um primeiro-ministro indiano visita Kyiv e, portanto, a primeira visita de Modi à Ucrânia desde o início da guerra com a Rússia em fevereiro de 2022.
"Aguardo com expectativa a oportunidade de desenvolver conversas anteriores com o Presidente Zelensky", disse num comunicado divulgado pelo seu gabinete citado pela agência espanhola EFE.
O primeiro-ministro indiano disse querer "fortalecer a cooperação bilateral e compartilhar perspetivas sobre a resolução pacífica do conflito em curso na Ucrânia".
O primeiro-ministro indiano teve várias conversas telefónicas com Zelensky desde o início da guerra, a última das quais em março deste ano.
No mesmo mês, o ministro dos Negócios Estrangeiros ucraniano, Dmytro Kuleba, visitou Nova Deli e reuniu-se com o homólogo indiano, Subrahmanyam Jaishankar, tendo a conversa incidido sobre o conflito em curso na Ucrânia.
A visita de Modi a Moscovo, no início de julho, ocorreu poucas horas depois de um forte ataque russo ter atingido várias cidades ucranianas, matando dezenas de pessoas e danificando gravemente um hospital pediátrico em Kyiv.
No dia anterior, Modi foi fotografado a abraçar Putin, o que indignou Zelensky, com Kyiv a considerar o gesto como uma "enorme desilusão e um golpe devastador para os esforços de paz".
Modi tem evitado condenar explicitamente a invasão russa da Ucrânia desde o início do conflito, há mais de dois anos, apelando a ambas as partes para que resolvam as diferenças através do diálogo.
Nova Deli absteve-se na votação das resoluções da ONU que visam Moscovo.
Antes da Ucrânia, Modi é esperado hoje em Varsóvia para assinalar o 70.º aniversário das relações diplomáticas entre a Índia e a Polónia.
"O nosso compromisso mútuo com a democracia e o pluralismo reforça ainda mais as nossas relações", afirmou Modi, que se encontrará com o Presidente polaco, Andrzej Duda, além de Donald Tusk.
Segue-se, na sexta-feira, a segunda etapa da viagem à Europa de Leste com uma visita a Kyiv.
Segundo o Governo indiano, a visita "abrirá a porta a negociações sobre todos os aspetos da relação bilateral" entre a Índia e a Ucrânia, incluindo a defesa.
Após a invasão russa da Ucrânia, Nova Deli tornou-se o maior mercado para o petróleo russo, aproveitando os descontos oferecidos por Moscovo para fazer face às sanções internacionais.
A ligação entre as duas potências tornou-se estreita durante a Guerra Fria, quando Moscovo era quase o único vendedor de armas a Nova Deli, fornecendo até 85% das compras de defesa da Índia.
O país asiático ainda não conseguiu inverter essa dependência, segundo a EFE.
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