Após quase um mês, um dos reitores do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela quebrou o silêncio para falar sobre as irregularidades e a falta de transparência no processo eleitoral de 28 de julho.
“Como reitor principal, não tenho provas que sustentem os resultados anunciados”, afirmou Juan Carlos Delpino numa declaração publicada na sua conta na rede social X.
Numa publicação em que escreve que "mantém o seu compromisso com o povo venezuelano", o responsável começa por afirmar que "durante o dia das eleições, o processo se desenvolveu com relativamente poucos incidentes registados até às 17 horas".
Porém, "após o encerramento das assembleias de voto, foi evidenciada uma violação de regras e regulamentos essenciais quando foram relatados incidentes de expulsão de testemunhas da oposição durante o encerramento das assembleias de voto, o que constituiu uma violação direta dos princípios de equidade e do direito dos eleitores a terem acesso aos registos de votação, comprometendo a legitimidade do processo nesses centros de votação".
Mantengo mi compromiso inquebrantable con el pueblo venezolano 🇻🇪. pic.twitter.com/IOsMaBRz4A
— Juan C Delpino (@delpinojuan) August 26, 2024
O responsável conclui a sua missiva referindo ainda que por tudo aquilo que aconteceu durante o dia das eleições evidenciam a falta de "veracidade dos resultados eleitorais".
Na quinta-feira passada, o TSJ da Venezuela, controlado pelos chavistas, declarou Nicolás Maduro vencedor das eleições presidenciais e instou a Procuradoria-Geral da República a investigar possíveis crimes cometidos pelos líderes da oposição.
A validação da vitória de Maduro foi rejeitada por numerosos países que pedem às autoridades venezuelanas que divulguem os resultados eleitorais detalhados.
Onze países, entre os quais os Estados Unidos, o Chile e a Argentina, rejeitaram hoje de forma "categórica" a sentença do TSJ.
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