As metas constam das orientações políticas divulgadas por Ursula von der Leyen, aquando da sua reeleição no cargo em julho passado, e surgem quando a responsável tenta constituir a sua equipa de comissários com vista a uma tomada de posse do novo colégio até final deste ano.
No documento, a líder do executivo comunitário defende desde logo um "plano para a força e a unidade europeias", na qual divulga então um foco nos jovens da União Europeia (UE).
"Solicitarei a todos os comissários que organizem os seus primeiros diálogos anuais sobre a política de juventude nos primeiros 100 dias do mandato. Estes diálogos repetir-se-ão anualmente", anuncia a responsável, vincando querer "garantir que os jovens possam usar a sua voz - a sua própria voz - para ajudar a moldar o futuro" da UE.
Outra prioridade destes que serão os primeiros dias do novo ciclo institucional (que começa em 2024 e se estende até 2029) é a defesa: "Para enquadrar a nova abordagem e identificar as nossas necessidades de investimento, apresentaremos conjuntamente um Livro Branco sobre o futuro da defesa europeia nos primeiros 100 dias do mandato".
Ursula von der Leyen já havia anunciado, aliás, que no novo mandato terá um comissário europeu apenas dedicado à defesa, para reforço da capacidade industrial europeia em termos de capacidades militares e de produção, perante tensões geopolíticas como as relacionadas com a invasão russa da Ucrânia.
Contas da presidente da Comissão Europeia, divulgadas em junho passado, fixam em 500 mil milhões de euros as necessidades de defesa na UE para a próxima década, estando porém por decidir como seria feito tal financiamento, razão pela qual se vai agora realizar este livro branco (documento que contém propostas de ação ao nível comunitário).
Depois de intensos protestos no início deste ano, o setor agrícola também é outro foco de Ursula von der Leyen no arranque do seu novo mandato, como indicado nas orientações políticas.
"Quero continuar a colaborar com os agricultores, os decisores políticos, a sociedade civil, as partes interessadas e os cidadãos para podermos construir um sistema agrícola e alimentar competitivo e resiliente e foi por esta razão que convoquei um Diálogo Estratégico sobre a Agricultura, cujo relatório será apresentado em breve. Com base nestas recomendações, apresentarei uma visão para a agricultura e a alimentação nos primeiros 100 dias, que analisará a forma de garantir a competitividade e a sustentabilidade a longo prazo do nosso setor agrícola, dentro dos limites do nosso planeta", lê-se no documento.
Aquela que é a primeira mulher à frente do executivo comunitário estipula ainda como objetivos para os seus primeiros 100 dias do novo mandato a apresentação de um plano de ação europeu sobre a cibersegurança dos hospitais e prestadores de cuidados de saúde, o anúncio de novas formas de financiamento para as 'startup' acederem à supercomputação, a criação de um novo acordo industrial limpo para indústrias competitivas e ainda a divulgação de análises das políticas pré-alargamento em setores específicos como o Estado de direito e o mercado único com vista à expansão do bloco comunitário, ainda de acordo com o documento.
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