Pequim insta EUA a "parar de armar Taiwan" e "deixar de reprimir" a China
O chefe da diplomacia chinesa, Wang Yi, avisou hoje os Estados Unidos de que devem "parar de armar Taiwan" e advertiu que "a independência da ilha é o maior risco para a paz e a estabilidade" na zona.
© Jim Lo Scalzo/EPA/Bloomberg via Getty Images
Mundo Diplomacia
"Taiwan pertence à China e a China vai unificar-se. A independência de Taiwan é o maior risco para a paz e a estabilidade no Estreito de Taiwan, e os Estados Unidos devem honrar os seus compromissos de não apoiar a independência de Taiwan. E devem parar de armar Taiwan", afirmou hoje Wang na reunião, em Pequim, com o conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca, Jake Sullivan.
Segundo o relato do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês do encontro dos dois responsáveis, Sulivan respondeu que os norte-americanos "não apoiam a independência de Taiwan" e que os EUA e a China devem "coexistir pacificamente", pelo que é necessário "aumentar a compreensão mútua e reduzir os mal-entendidos e os juízos erróneos".
Neste encontro com Sullivan, em visita à China até quinta-feira, Wang Yi também exigiu que os EUA "deixem de reprimir" a China em áreas como a economia, o comércio e a tecnologia.
O ministro dos Negócios Estrangeiros chinês criticou Washington por "querer partir de uma posição de força" e por ter usado recentemente conceitos como segurança nacional e excesso de capacidade "como desculpa para tomar medidas protecionistas".
Segundo o comunicado divulgado, Sullivan afirmou que, apesar das "diferenças" entre os Estados Unidos e a China, "ambos os países devem ser tratados de forma igual" e que "a concorrência deve ser saudável e justa".
Outra questão levantada foi o apoio às Filipinas no Mar do Sul da China.
"Os EUA não devem usar os tratados bilaterais como pretexto para minar a soberania e a integridade territorial da China, nem devem apoiar ou tolerar as ações ilegais das Filipinas", disse Wang Yi a Jake Sullivan, segundo a emissora chinesa CCTV.
Jake Sullivan e Wang Yi encontraram-se cinco vezes nos últimos 18 meses, incluindo uma vez em Washington e outra durante a cimeira de novembro entre o Presidente norte-americano, Joe Biden, e o seu homólogo chinês, Xi Jinping, na Califórnia (EUA).
As relações bilaterais entre os seus países continuam tensas, com obstáculos devido a disputas comerciais, à expansão chinesa no Mar do Sul da China e à questão de Taiwan.
Iniciada terça-feira, a visita de Sullivan decorre numa altura em que o Japão, signatário de um tratado de segurança com os Estados Unidos, acusou a China de "grave violação" da sua soberania depois de um avião ter entrado no seu espaço aéreo.
Por seu lado, as Filipinas, ligadas aos Estados Unidos por um tratado de defesa mútua, acusaram Pequim de ser o "maior perturbador" da paz na região.
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