Em comunicado, a agência da ONU pediu aos fabricantes de diagnósticos 'in vitro' (IVD) de mpox que apresentem uma manifestação de interesse para a listagem de utilização de emergência (EUL), um procedimento que avalia a adequação de novos produtos de saúde durante emergências de saúde pública, com o objetivo de os disponibilizar o mais rápido possível.
Na nota, a OMS acrescenta que tem mantido "contactos permanentes" com os fabricantes sobre a necessidade de diagnósticos eficazes, especialmente em contextos de baixos rendimentos.
O pedido de manifestações de interesse dos fabricantes para a EUL é o mais recente desenvolvimento destas discussões.
A testagem é fundamental para que as pessoas recebam tratamento e cuidados o mais cedo possível e evitem uma maior propagação, destaca a OMS.
Desde 2022, a OMS já distribuiu cerca de 150 mil testes de diagnóstico para o mpox a nível mundial, dos quais mais de um quarto foi para países de África.
Nas próximas semanas, a OMS entregará mais 30 mil testes aos países africanos.
Com cerca de mil casos suspeitos notificados só esta semana na República Democrática do Congo (RDCongo), a procura de testes de diagnóstico está a aumentar, vinca a OMS.
A agência da ONU recorda que desde maio passado, seis laboratórios adicionais foram equipados para diagnosticar a varíola, permitindo uma descentralização da capacidade de teste das grandes cidades para as províncias afetadas.
Dois destes laboratórios encontram-se na província de Kivu Sul, selecionados para responder ao surto da nova estirpe viral, denominada Ib.
"Graças a estes esforços, as taxas de despistagem melhoraram drasticamente no país, com quatro vezes mais amostras testadas em 2024 do que em 2023", detalha.
O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, declarou, em 14 de agosto de 2024, que o recrudescimento da varíola na RDCongo e num número crescente de países africanos constitui uma emergência de saúde pública de âmbito internacional.
A mpox é uma doença viral que se propaga dos animais para os seres humanos, mas que também pode ser transmitida entre seres humanos através do contacto físico, provocando febre, dores musculares e lesões cutâneas.
Uma nova estirpe ("clade 1b") de mpox foi detetada na República Democrática do Congo (RDCongo) em setembro de 2023 e depois notificada em vários países vizinhos.
O ressurgimento em África está a ter um grande impacto na República do Congo, RDCongo, Burundi, Quénia, Ruanda e Uganda.
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