"Declaro os dias 30 e 31 de outubro feriados públicos para permitir que o povo do Botsuana vote em grande número", afirmou, na televisão, Mokgweetsi Masisi, o chefe de Estado, de 63 anos, candidato a um segundo mandato de cinco anos, anunciando também que dissolveria o parlamento em 48 horas, a 5 de setembro.
As candidaturas para as eleições presidenciais serão apresentadas à Comissão Eleitoral a 28 de setembro, e as candidaturas para o parlamento e os conselhos locais a 4 de outubro. A votação terá lugar a 30 de outubro.
Num congresso realizado no sábado, o Partido Democrático do Botsuana (BDP), no poder, nomeou novamente Mokgweetsi Masisi, como seu candidato presidencial. No dia seguinte, Masisi lançou o programa do partido, prometendo emprego e prosperidade económica.
O Botsuana, um país estável e multipartidário, realiza eleições gerais de cinco em cinco anos, que são consideradas livres e justas.
O BDP governa esta antiga colónia britânica desde a sua independência, em 1966. O partido obteve 52,6% dos votos nas eleições legislativas de 2019, à frente da Coligação para a Mudança Democrática (UDC, com 35,8%).
Masisi tornou-se presidente do país em 2018, depois de o seu antecessor, Ian Khama, se ter demitido 18 meses antes para cumprir rigorosamente a Constituição, que limita o mandato dos chefes de Estado a dez anos.
O atual Presidente foi severamente criticado por Khama, que no ano passado o acusou, a partir da África do Sul, onde está exilado, de autoritarismo e de ser uma ameaça à democracia.
Um estudo realizado pelo instituto de investigação Afrobarometers em 2024 revelou um aumento do número de cidadãos do Botsuana que consideravam a presidência corrupta, enquanto Masisi tem sido acusado de nepotismo e desprezo pelo parlamento desde que chegou ao poder.
O Botsuana tem uma população de cerca de 2,5 milhões de habitantes que vivem numa área pouco maior do que a França continental.
Os diamantes, de que é o segundo maior produtor mundial, representam um quarto do seu Produto Interno Bruto (PIB) e mais de 90% das suas exportações.
Embora o Botsuana seja um dos países mais ricos de África em termos de PIB per capita, também é um dos países mais desiguais do mundo, de acordo com o Banco Mundial, e a sua economia tem sofrido nos últimos anos com a queda do preço dos diamantes.
Leia Também: Mais de 20 milhões de pessoas sofrem fome severa na África Austral